Apesar de nossa tendência a associar
identidade com singularidade, não existe identidade sem diversidade e sem
homogeneizações dentro desta mesma diversidade. A identidade é um
atributo tanto individual quanto coletivo. Por isso é pertinente
questionar se quando falamos de identidade, reportando a singularidade de um
determinado individuo, estamos nos referindo a mesma coisa quando atribuímos identidade a um conjunto de indivíduos.
Se identidade é mais do que
simples identificação, podemos arriscar dizer que a palavra possui nos dois casos significados distintos. Para o individuo, em
relação a si mesmo, identidade é auto consciência e diferenciação. Para um
grupo de indivíduos que se reconhecem como semelhantes ou associados por um
conjunto de crenças, atividade ou afeto compartilhado, identidade é um
perder-se de si através do grupo. Nos dois casos a experiência da identidade
tem resultados opostos. Mas se grosso modo identidade refere-se aquilo que é idêntico, a
reconhecimento, ela é a busca de uma verdade seja de um individuo ou um
conjunto de indivíduos. A questão é se podemos atestar a autenticidade a partir de uma verdade. Isto é, reduzir
identidade a uma espécie de rótulo, a ponto da identidade não passar de uma
persona.
Assim, toda identidade é
superficial e esconde uma indeterminação mais profunda que revela a diversidade
como um atributo de indivíduos e grupos. A própria identidade é diversa.
Existem identidades plurais, múltiplas, fluidas e fixas que interagem e nos configuram.Essencialmente,
somos diversos e indeterminados.