Em seu Ensaio sobre o Homem, ao
definir o Homem como animal symbolicum,
Ernest Cassirer lança as bases de uma antropologia filosófica fundado na individualidade
humana como lugar de criação do próprio homem em sua universalidade. É como
indivíduo que o ser humano configura sua própria experiência como espécie e,
consequentemente, também com a constante incerteza sobre seu próprio futuro
através do devir do tempo.
A linguagem, a
técnica/instrumentos e as artes plásticas, inscrevem materialmente os símbolos
nas praticas culturais. Isto é, a produção de artefatos cria a realidade
através do qual o homem se inventa ou revela como animal symbolicum.
O imperativo da obra, do ato de
criação produz seu criador. É expressão de uma rede de relações complexas entre
o eu e o mundo, que conduz do signo ao símbolo, da natureza ao humano, do
sensível ao abstrato.
O homem, esta questão
demasiadamente tardia, como nos faz pensar Foucault em As Palavras e as Coisas,
é um devir, uma sombra projetada pela imaginação, pela cultura como artificio
da consciência através de suas formas simbólicas.