Duas tendências
opostas nos condicionam a existência: por um lado a vocação para nos conformar
ao mundo como exterioridade, como norma coletiva. Em contrapartida, sofremos a
tendência para experimenta-lo como um outro de si mesmo, enquanto interioridade
subjetivada. Nosso bem estar depende de um equilíbrio entre estas duas tendências
do movimento introjetivo da consciência das coisas.
O conformismo é
a submissão natural ao bom uso do impessoal da linguagem como forma de inscrição
no jogo social, o cultivo da individualidade é, de modo complementar, a
codificação aleatória e subjetiva de todo material e experiência simbólica, a
vocação para estabelecer arranjos próprios dentro do horizonte de uma
perspectiva ou visão de mundo. Uma tendência tende a conformar-se a outra através
do perigoso caminho do cultivo da verdade. Mas a única verdade que nos é realmente
possível é o devir, a perenidade de todas as coisas. É neste ponto que as duas tendências
devem coincidir.