Uma das minhas fantasias mais inspiradoras é a de descobrir uma “imaginação oceânica”,
ampla, que nos inscreva no sentimento contraditório de existir como uma gota no
oceano. Tal percepção subjetiva da nossa insignificância objetiva poderia conduzir a uma codificação
menos confiante e mais realista de nossa condição humana. Aprenderíamos a não nos
levar demasiadamente a serio, a não proporcionar as situações cotidianas mais
importância do que aquela que elas de fato possuem.
Não nos sentiríamos obrigados a viver e a pensar como deuses e muito menos
a contar com qualquer forma de providencia na administração cotidiana da
existência. Apenas não saberiamos que não somos especiais e o único sentido das coisas é sua
assombrosa falta de sentido.
A imaginação oceânica nos minaria a vaidade e o excesso de confiança. Mas nos daria em troca uma certa n serenidade descrente, uma espécie de “descaso ontológico”. Não se trata de um caminho para a felicidade, mas para uma intensidade da experiência banal. Pois aprenderíamos, finalmente, que tudo o que pode ser vivido é superficial e transitório.
A imaginação oceânica nos minaria a vaidade e o excesso de confiança. Mas nos daria em troca uma certa n serenidade descrente, uma espécie de “descaso ontológico”. Não se trata de um caminho para a felicidade, mas para uma intensidade da experiência banal. Pois aprenderíamos, finalmente, que tudo o que pode ser vivido é superficial e transitório.