A capacidade de narrar, de inventar imagens literárias, tornou-se um
inadequado exercício a existência comum.
Quando mais absurda a natureza de uma história, mais profundamente ela nos
inspira o desconforto com a realidade e assim revela-se fiel a contemporaneidade do dizer literário.
O que é literatura hoje? Apenas vertigem e mau estar...O desconforto é
tudo que nos resta buscar em um texto ficcional. Logo, ele não nos ensina nada,
não pretende nada... É um entretenimento
gratuito e banal como um filme B.
Cada livro deve ser o colapso de alguma certeza, de algum sentimento ou
sonho. Nem mesmo a forma romance me parece ainda uma estratégia narrativa
valida por sua tendência natural à teleologia de um eu racional.
A fabulação literária, como Bukowiski afirmava, deve ser apenas uma compulsão, um modo de
salvar o próprio rabo ou, simplesmente, uma forma de terapia contra o peso da
realidade vivida e pensada.
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