A obliterada sensibilidade dos meus contemporâneos desfez todas as minhas apostas no gênero humano.
Existo como indivíduo e, ao mesmo tempo, como uma abstração coletiva. Sou apenas mais um entre milhões tentando levar a vida em tempos de incertezas e dúvidas sobre o significado vigente de todas as possibilidades.
Estou condenado a não fazer o menor sentido. Ouso dizer que tenho medo daquelas que arrotam razões e boas intenções, que idealizam o mundo e a existência. Também não confio muito em mim mesmo. Como todo mundo acredito em meus próprios enganos. Mas sem nossos defeitos individualmente e coletivamente vividos, simplesmente não seríamos possíveis.
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
quarta-feira, 4 de maio de 2016
DEFININDO A CONTEMPORANEIDADE
ESCOMBROS
Enquanto a vida passa
Sigo o tempo que se esvai
No superficial de cada momento
Até o limite da minha circunstancial imaginação.
Pode ser que eu me inscreva
No céu dos teus olhos
Ouvindo suas palavras a céu aberto.
Ou talvez eu me perca em um sonho antigo
E me reinvente futuro
Entre os escombros do meu passado.
Quem pode saber?
terça-feira, 3 de maio de 2016
RELATIVIDADE
Enquanto as frases e versos
acontecem
A vida segue em silêncio aqui
dentro
E toda existência se transforma
Em uma questão sem resposta.
Pode ser que os sonhos rasguem o
dia,
O silêncio e sorte.
O amanhã é mais que o futuro,
É minha imaginação aberta
Nas infinitas possibilidades
De uma intimidade nova.
Sei que tudo que existe
É uma questão de ponto de vista.
segunda-feira, 2 de maio de 2016
TEMPO DE POESIA
Atualmente me preocupo apenas
Com o tempo, o espaço, o sentir do corpo
E com os infinitos das imaginações.
Sou feito da intimidade das aventuras
Do meu pensar nômade e incerto
Que busca a vida em todas as possíveis e aleatórias
Direções da existência.
Pouco me importa o certo, o errado
E a certeza de pensamento.
Me surpreendo um feliz náufrago de mim mesmo
Nas invenções das minhas precárias subjetividades.
Serei tudo aquilo que me for possível ser,
Apesar de todos os limites do dia a dia.
Fora isso, existo no tempo incerto da poesia.
Com o tempo, o espaço, o sentir do corpo
E com os infinitos das imaginações.
Sou feito da intimidade das aventuras
Do meu pensar nômade e incerto
Que busca a vida em todas as possíveis e aleatórias
Direções da existência.
Pouco me importa o certo, o errado
E a certeza de pensamento.
Me surpreendo um feliz náufrago de mim mesmo
Nas invenções das minhas precárias subjetividades.
Serei tudo aquilo que me for possível ser,
Apesar de todos os limites do dia a dia.
Fora isso, existo no tempo incerto da poesia.
IMAGENS, SÍMBOLOS E HIPER INFORMAÇÃO
A partir de uma leitura simbólica
analógica do imaginário contemporâneo podemos traçar um panorama dos grandes
temas arquetípicos hoje constelados na cultura ocidental. Imagens universais
como a grande mãe, a criança e o mito do herói, mais claramente do que outras,
aparecem em nossas narrativas simbólicas.
Coisa que facilmente podemos constatar através do cinema, na literatura
ou, até mesmo da propaganda, só para citar alguns exemplos mais corriqueiros expressos recorrentemente em nossa cultura imagética.
O que questiono é se em tempos de
hiper informação não ocorre uma banalização das formas conscientes e já
estabelecidas dos conteúdos arquetípicos através das imagens consteladas na consciência coletiva.
Assim, haveria uma surpreende
conversão de alguns símbolos tradicionais à condição de signos já que seus conteúdos,
de tão degradados, teriam perdido sua capacidade de “dizer” com a mínima fidelidade
qualquer expressão do inconsciente coletivo. Na consideração do imaginário contemporâneo
vale a pena questionar tal fenômeno.
Evidentemente não me cabe aqui
dizer nada de conclusivo a respeito.
O DILEMA DA IMAGINAÇÃO
O mundo anda se tornando um lugar hostil aqueles que apostam nas virtudes da imaginação. Entretanto , a imaginação é hoje tudo que nos resta contra a fantasia da realidade. Como dizia Baudrillard, vivemos em tempos de hiper realidade. Todas as meta narrativas estão mortas. Assim como o passado....
sexta-feira, 29 de abril de 2016
FILOSOFIA E IMAGINÁRIO
A filosofia sempre foi o jogo do não sentido e não uma busca da verdade. Apesar de Platão , Aristóteles e toda escolástica.
A razão nunca ultrapassou o mito, o devir e a falta de significado do sensível. Ela sempre se ocupou do imaginário como fundamento do humano.
Somos nossos enunciados. E eles possuem uma vida própria que nos transcende.
ALÉM DA VERDADE
"A verdade não representa mais uma solução. Mas talvez possamos almejar uma resolução poética do mundo, do tipo prometido pela História ou pela linguagem."
Jean Baudrillard in A Ilusão Virtual
O desaparecimento da verdade é a consequência natural da morte de deus e do colapso de toda razão em seus fundamentos metafísicos. A consciência é a medida de tudo que é humano.
Mas tudo que é humano existe como inconsciente. Levar as últimas consequências nossa singular capacidade de imaginar o mundo ainda é uma tarefa futura.
IDENTIDADE E ENUNCIADO
A realidade é construída através
de nossa capacidade de representação e codificação linguística da existência. A
performática linguística estabelece o dizer como um fazer constante da consciência.
O que me permite associar o habitar de um discurso a construção da identidade
do sujeito. Daquilo que digo deduzo quem eu sou. È assim que o discurso se
torna significante através daquele que o enuncia, que encadeia enunciados e é
ultrapassado por sua própria narrativa. Somos de certa forma pensados pelo que
pensamos. Esta autonomia dos discursos me parece ser o pressuposto do acontecer
humano.
quarta-feira, 27 de abril de 2016
INDIVIDUO E SOCIEDADE
A objetivação de nossa
subjetividade norteia a relação da sociedade com o individuo na contemporaneidade.
A racionalização do comportamento singular através dos imperativos de conduta
coletivamente estabelecidos, ainda desempenha algum papel sobre o destino de
cada um de nós. Somos induzidos a consumir determinados símbolos, objetos e ,
até mesmo, necessidades artificialmente estabelecidas. Inscritos no imaginário social
como objetos de ideias comuns somos induzidos a mesmice, a ausência de reflexão
e criatividade.
Mas se a sociedade é um poder
soberano, isso não impede que cada indivíduo, em alguma medida, se reinvente
como desvio do mimetismo mecânico do dia a dia. Mas, é importante observar que a afirmação da própria individualidade é também
afirmação de um desinteresse pela individualidade do outro. Peculiaridade que
estabelece o exercício da individualidade, muito frequentemente, como uma
experiência de marginalidade ou, simplesmente, isolamento. A afirmação do
individuo, afinal, tem por essência sua diferenciação dos demais
indivíduos. Logo, é uma constante luta
contra a igualdade.
A mais eficiente estratégia de
construção da subjetividade é justamente a experiência estética ou artística. Através dela transbordamos o
mundo e nossa própria persona através da experiência simbólica do real. Subjetividade e evasão andam juntas
no esforço individual de invenção de si mesmo. Assim, a grande questão não é de
forma alguma o conhecimento de si mesmo, mas o exercício constante de desconstrução
de nossas ilusões coletivas.
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