Eu me deixava ali ao sabor dos
acontecimentos. Tudo estava acontecendo, pesar de mim. Caso não estivesse ali, tudo aconteceria da
mesma forma. Os acontecimentos seriam os mesmos. Gosto da ideia de ficar indiferente e não entrar no jogo dos fatos
e atos. Gosto de fingir inércias enquanto me dedico a qualquer exercício de
desconstrução.
Não quero cometer o erro de
acreditar em minhas ilusões, em meus medos e certezas. Não quero cometer o
crime perfeito de ser eu mesmo, quando este “eu” é tão incerto e abstrato
quanto a própria ideia de vida, tal como concebida em termos humanos.
Hoje em dia a própria ideia de
realidade deve ser questionada, ou jamais compreenderemos devidamente o que
estamos fazendo...