PORQUE ALMOCEI MEU PAI foi um
cultbook muito popular na Inglaterra da década
de 1960. Trata-se de boa mistura entre ficção cientifica e humor britânico concebida
pelo jornalista Roy Lewis.
Um dos traços mais marcantes
deste insólito romance é o anacronismo da narrativa . O autor empresta aos seus
homens macacos jargões acadêmicos do
cientificismo do século XIX , carregando suas falas com os lugares comuns da
linguagem da antropologia, etnologia zoologia e botânica.
Lewis apresenta sua obra da seguinte forma: “Nunca
acreditei na versão do Genesis- Adão, Eva e a Maça - e, então, decidi
reescrever a evolução do meu modo. Acho que não fiquei muito longe da verdade.
Tudo está ancorado sobre solidas bases
científicas.”
A história se passa no Pleistoceno Médio, tempo da pedra lascada, e
tem como personagem principal o jovem e idealista Edward que busca o progresso da sua horda e
conversão na primeira tribo de Homo Sapiens. Seu Tio Vanya, ao contrário, vê
grandes perigos na descoberta do fogo e defende a volta ao primitivismo. O pai
de Edward, entretanto, foi o primeiro a domesticar o fogo e realizar avanços
tecnológicos como a culinária, a dança,
o arco e flecha e o casamento exogâmico. Sua morte no final da história marca o
fim do Pleistoceno.
“E aquele foi o fim de Papai em
carne e osso, meu filho, um final que ele teria desejado para si – ser abatido
por uma arma realmente moderna e ser comido de modo civilizado.”
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