terça-feira, 2 de dezembro de 2014

UM DIA...

Era um dia para escutar,
Um momento de sentir
Qualquer musica dodecafônica
No ar.
Era o instante de um relâmpago,
O vazio do grito
Na tempestade dos nossos silêncios.
Era um dia apenas...
Um dia que de tanta realidade

Não existia.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

EM BUSCA DE SI MESMO

Perdido pelas ruas em busca de qualquer coisa que desfaça todas as minhas angustias, desvendo lugares colhendo vestígios de experiências esquecidas no tempo, reencontrando rostos que já  não me frequentam  desde as  idades mais serenas.

Tenho estado além e aquém de mim mesmo,
Rarefeito em minhas incertezas de dias  futuros e embriaguez dos fatos.

Talvez eu nunca me torne quem eu sou.

Talvez eu nunca me conheça. 

A VIDA COMO LABIRINTO

O acaso e seus descasos
É o que transforma
A vida da gente
Em um labirinto mágico.
Vale a pena seguir sem direção,
Ao sabor do vento,
Esperando qualquer surpresa
Em alguma esquina
Que sem qualquer razão
Nos conduza a um outro dia

De nosso sentimento de mundo.

domingo, 30 de novembro de 2014

O HOMEM DESFEITO ( MINE CONTO)

Nada esperava além deste dia, deste definitivo vazio que lhe esclarece as emoções no gosto azedo de sonho na boca depois do despertar.
Sim. Hoje era o grande dia de nada acontecer.  A data da clareza do enigma em que a vida se revelava  apenas como uma simulação de realidades.
Nenhuma explicação. Nenhuma perplexidade. Apenas a consciência ferida nos deslocamentos aleatórios do eu na percepção de todas as coisas.
Nada mais havia para ser dito ou ouvido.Nada podia reparar o estrago.


sábado, 29 de novembro de 2014

VIDA SECA

Meus defeitos não explicam meus  erros.
Meus acertos não me aproximam da perfeição.
Nunca estou certo ou estou errado,
Apenas conformado
Com alguma forma de ilusão.
Existo entre  apenas
Entre atos aleatórios
Tentando encontrar um pouco de vida.
Nunca estou alegre ou triste.

Não vale a pena sentir.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O DESAFIO DA VIDA PLENA

Ainda não morri o suficiente
Para começar a viver.
A vida é uma descoberta
E uma realização difícil.
Poucos a atingem.
A grande maioria
Apenas sobrevive.
Por enquanto apenas
Virtualmente sou
Espalhado pelas paisagens confusas
De minha mínima existência.


terça-feira, 18 de novembro de 2014

O VAZIO DE NOSSAS GRAMÁTICAS

Não sei qual palavra ainda pode tornar novamente claro e legível o mundo.
Talvez não existam mais  gramaticas capazes de dizer as coisas
Ou assegurar nossa humanidade no corpo de qualquer  discurso.

Estamos vazios de significações e significados.
Seguimos vivendo o naufrágio de nossos dizeres, saberes
E sentimentos,
Seguimos absortos e absurdos
Desfeitos em nossos próprios passos.


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

MINHA EXISTÊNCIA


Minha existência não suporta perfeições,
Se enobrece e se envaidece com
seus pequenos e cotidianos limites
de desvãos de existir concreto.

Minha existência tem orgulho
De ser imperfeita,
De estar sempre incompleta
No provisório limite de cada dia.

Minha existência se reinventa,
Constantemente,
Nos silêncios que semeiam

Meus incertos futuros.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

TEMPOS DE INFÂNCIA

Quase não me lembro do tempo
Em que a felicidade
Brincava livremente
No antigo jardim de casa.
Quase não me lembro
De mim mesmo,
Da vida leve e sem compromissos
Pelas quais passeavam sem medo
Bem nutridas e pueris alegrias.
A existência era naquela época
Tão leve
Que a vida fazia sentido

E todos eram felizes.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

FILOSOFIA DA MADRUGADA

Que estranho território humano é este, definido pelas horas mortas da madrugada?
Não sei como dizê-lo em seus protocolos de intensidades e intencionalidades flácidas, onde gritam os silêncios , ócios e solidões e o corpo se faz mais real do que  qualquer ilusão do pensamento.
A madrugada, talvez, seja apenas um estado de espírito para solitários e mancos, ou um não lugar das coisas onde cabe um pouco de tudo.

Em qualquer definição que lhe caiba ela é solitária e selvagem, introspectiva e melancólica pois pressupõem o dizer do silêncios mais fáceis de ignorar sob a luz do dia.