terça-feira, 18 de novembro de 2014

O VAZIO DE NOSSAS GRAMÁTICAS

Não sei qual palavra ainda pode tornar novamente claro e legível o mundo.
Talvez não existam mais  gramaticas capazes de dizer as coisas
Ou assegurar nossa humanidade no corpo de qualquer  discurso.

Estamos vazios de significações e significados.
Seguimos vivendo o naufrágio de nossos dizeres, saberes
E sentimentos,
Seguimos absortos e absurdos
Desfeitos em nossos próprios passos.


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

MINHA EXISTÊNCIA


Minha existência não suporta perfeições,
Se enobrece e se envaidece com
seus pequenos e cotidianos limites
de desvãos de existir concreto.

Minha existência tem orgulho
De ser imperfeita,
De estar sempre incompleta
No provisório limite de cada dia.

Minha existência se reinventa,
Constantemente,
Nos silêncios que semeiam

Meus incertos futuros.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

TEMPOS DE INFÂNCIA

Quase não me lembro do tempo
Em que a felicidade
Brincava livremente
No antigo jardim de casa.
Quase não me lembro
De mim mesmo,
Da vida leve e sem compromissos
Pelas quais passeavam sem medo
Bem nutridas e pueris alegrias.
A existência era naquela época
Tão leve
Que a vida fazia sentido

E todos eram felizes.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

FILOSOFIA DA MADRUGADA

Que estranho território humano é este, definido pelas horas mortas da madrugada?
Não sei como dizê-lo em seus protocolos de intensidades e intencionalidades flácidas, onde gritam os silêncios , ócios e solidões e o corpo se faz mais real do que  qualquer ilusão do pensamento.
A madrugada, talvez, seja apenas um estado de espírito para solitários e mancos, ou um não lugar das coisas onde cabe um pouco de tudo.

Em qualquer definição que lhe caiba ela é solitária e selvagem, introspectiva e melancólica pois pressupõem o dizer do silêncios mais fáceis de ignorar sob a luz do dia.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

FILOSOFIA MINIMALISTA

O mundo é feito de significados que transcendem a própria vida concreta e cotidiana de um indivíduo.

Por isso pouco me preocupo com os problemas do mundo.
Meus olhos apenas procuram a mim mesmo no espelho do outro.

Não busco mai do que a microfísica de minha mínima realidade contra todas as vis certezas que vestimos para administrar nosso mecânico cotidiano em sociedade.

Não tenho tempo para grandes ideais, triunfos eou causas sociais.


Busco apenas aprender a viver a mim mesmo entre os outros.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

PERPLEXIDADE

Quantas palavras maltratadas
Pelo nosso sentimento das coisas vividas,
Quantas certezas mal feitas,
Quantas vontades vazias.
Quase não sei direito

O que nos foi feito da vida.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

CANSAÇO

Sinto  falta dos meus futuros
Neste meu hoje vazio de sonhos.
Sinto falta de mim mesmo
Soterrado por meus passados.
Estou cansado do meu querer sem rumo,
Dos sentimentos atrasados
E da nulidade dos  meus atos

Frente o deserto da realidade.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

SOBRE A NECESSIDADE DE DESCOBRIR E INVENTAR

Tenho afirmado, ás vezes, determinadas certezas das coisas sempre ardentemente esperando estar errado sobre meu próprio ponto de vista.

Isso não é raro de acontecer quando adotamos posicionamentos que acreditamos convenientes  mas que contrariam profundamente nossas expectativas.

Razão e vontade, assim, se opõem na consciência dividida entre o mais simples querer de novidades e às sansões impostas por  representações mais convencionais da realidade.

Afinal, o que nos desperta o mais intenso dos desejos é sempre o exótico, o inteiramente outro de nós mesmos.

O desejo nasce da necessidade de evadir-se, de escapar das fronteiras de nossa privada e convencional existência em busca de qualquer forma de desconhecido que nos livre da angustia  do sempre igual dos fatos.


Assim a humanidade avança, a vida dos indivíduos se transforma no exercício simples de inventar e inventar-se no humano esforço de apropriar-se do mundo.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

NO LIMIAR DOS DISCURSOS

Não há palavra que diga
O dizer  que quero.
Todo discurso possível
Me reduz ao silêncio.
Minha maior angustia
É esta falta absurda de significações
Que reduzam a um mero discurso

Esta vontade cega que me consome.

RESIGNAÇÃO


As horas passaram depressa.
Em pouco tempo
Nos despimos de nossas esperas
E abandonamos as expectativas
Das ilusões mais sinceras.
Recusamos a vida como uma linha reta
Rasgando projetos e descartando sonhos.
Aceitamos a realidade
E aprendemos a suportar a existência,

Pura e simplesmente.