É triste
Quando os olhos
Procuram perdidos
Aquilo
Que já não pode
Ser visto,
Tudo que o tempo
Roubou da gente
Contrariando as urgências
Do querer e da vontade.
Hoje a antiga paisagem
Já não é mais a mesma,
Não nos conforta
Ou abriga,
Se quer nos reconhece...
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
segunda-feira, 10 de junho de 2013
quinta-feira, 6 de junho de 2013
AFORISMAS SOBRE POETICA
Assim como a vida cotidiana a poesia é um fato linguístico.
@
Pode-se dizer que a poesia só acontece quando o sujeito se
torna objeto da coisa que se transcende como objetetividade nas imaginações das
palavras, transfigurando-se em imanente
PRESENÇA.
@
O extrateritorial da vida é o que melhor define as imagens
poéticas, cuja premissa básica é a ruptura do real e do convencionalmente estabelecido.
@
A poesia fala onde o eu se cala.
Estudos Semióticos - número três (2007) ZERBINATTI, B. P. ( citação)
Estudos Semióticos - número três (2007) ZERBINATTI, B. P.
www.fflch.usp.br/dl/semiotica/es
"Em seu último livro individual, Da Imperfeição, publicado em 1987, Greimas
trabalha com a noção de estesia. Levando em conta que nossa vida é pautada no
cotidiano, esse cotidiano que cria o hábito é dessemantizado; uma “fratura”, um
inesperado que irrompe traz a essa vida um novo sentido, uma espécie de estado de
graça no momento do encontro com o objeto. Temos assim o que se denomina
experiência estética.
A propósito dos elementos constitutivos da apreensão estética, em um
fragmento do romance Sexta-feira ou Os limbos do Pacífico de Michel Tournier,
analisado neste mesmo livro, Greimas aponta “a inserção na cotidianidade, a espera, a
ruptura de isotopia, que é uma fratura, a oscilação do sujeito, o estatuto particular do
objeto, a relação sensorial entre ambos, a unicidade da experiência, a esperança de uma
total conjunção por advir” (2002, p.30). Mais adiante é colocada a idéia da “espera do
inesperado” na qual o sujeito fixado em sua cotidianidade seria portador dessa espera de
algo extraordinário que traria o deslumbramento, um novo sentido, ainda que sob o
risco da própria anulação do sujeito que, na fusão com o objeto, já não encontrará mais
sentido para sua busca. Por isso também o momento da apreensão estética não dura
muito e, em seguida, o sujeito se vê mais uma vez devolvido a seu estado anterior,
munido agora de certa nostalgia, a nostalgia da perfeição.
Podemos ainda verificar que os recentes estudos relacionados ao andamento
são de grande valia para nosso propósito visto que, como afirma Zilberberg, “o
andamento é senhor, tanto de nossos pensamentos, quanto de nossos afetos, dado que
ele controla despoticamente os aumentos e as diminuições constitutivas de nossas
vivências.” (2006, p.168) Temos, assim, estreitas relações entre o andamento e os
elementos da apreensão estética, tanto no que se refere à cotidianidade quanto à própria
duração estética. É possível notar que os hábitos do cotidiano trazem uma espécie de
lentidão, um andamento que poderia ser considerado lento, enquanto o momento da
apreensão estética, no que concerne à duração, é rápido. A respeito disso, citamos mais
uma vez Zilberberg (2006, p.171):
“O andamento rege a duração por uma correlação inversa, na medida em que
a velocidade, para os homens, abrevia a duração do fazer: Quanto mais elevada é a
velocidade, menos longa é a duração – apresentando-se o ser unicamente como um
efeito peculiar à lentidão extrema.”
Assim, se o ser é um efeito peculiar à lentidão extrema, podemos então
observar como se constitui no poema “O mínimo do máximo” de Paulo Leminski,
publicado no livro Distraídos Venceremos em 1987"
www.fflch.usp.br/dl/semiotica/es
"Em seu último livro individual, Da Imperfeição, publicado em 1987, Greimas
trabalha com a noção de estesia. Levando em conta que nossa vida é pautada no
cotidiano, esse cotidiano que cria o hábito é dessemantizado; uma “fratura”, um
inesperado que irrompe traz a essa vida um novo sentido, uma espécie de estado de
graça no momento do encontro com o objeto. Temos assim o que se denomina
experiência estética.
A propósito dos elementos constitutivos da apreensão estética, em um
fragmento do romance Sexta-feira ou Os limbos do Pacífico de Michel Tournier,
analisado neste mesmo livro, Greimas aponta “a inserção na cotidianidade, a espera, a
ruptura de isotopia, que é uma fratura, a oscilação do sujeito, o estatuto particular do
objeto, a relação sensorial entre ambos, a unicidade da experiência, a esperança de uma
total conjunção por advir” (2002, p.30). Mais adiante é colocada a idéia da “espera do
inesperado” na qual o sujeito fixado em sua cotidianidade seria portador dessa espera de
algo extraordinário que traria o deslumbramento, um novo sentido, ainda que sob o
risco da própria anulação do sujeito que, na fusão com o objeto, já não encontrará mais
sentido para sua busca. Por isso também o momento da apreensão estética não dura
muito e, em seguida, o sujeito se vê mais uma vez devolvido a seu estado anterior,
munido agora de certa nostalgia, a nostalgia da perfeição.
Podemos ainda verificar que os recentes estudos relacionados ao andamento
são de grande valia para nosso propósito visto que, como afirma Zilberberg, “o
andamento é senhor, tanto de nossos pensamentos, quanto de nossos afetos, dado que
ele controla despoticamente os aumentos e as diminuições constitutivas de nossas
vivências.” (2006, p.168) Temos, assim, estreitas relações entre o andamento e os
elementos da apreensão estética, tanto no que se refere à cotidianidade quanto à própria
duração estética. É possível notar que os hábitos do cotidiano trazem uma espécie de
lentidão, um andamento que poderia ser considerado lento, enquanto o momento da
apreensão estética, no que concerne à duração, é rápido. A respeito disso, citamos mais
uma vez Zilberberg (2006, p.171):
“O andamento rege a duração por uma correlação inversa, na medida em que
a velocidade, para os homens, abrevia a duração do fazer: Quanto mais elevada é a
velocidade, menos longa é a duração – apresentando-se o ser unicamente como um
efeito peculiar à lentidão extrema.”
Assim, se o ser é um efeito peculiar à lentidão extrema, podemos então
observar como se constitui no poema “O mínimo do máximo” de Paulo Leminski,
publicado no livro Distraídos Venceremos em 1987"
A DISTÂNCIA ENTRE O EU E AS COISAS
Existe uma imprecisa distância entre o eu e as coisas que não cabe em qualquer palavra. É este insólito vazio que nos define todo o pensar possível sobre a condição humana. Trata-se de qualquer forma de angustia, de falta, que não se explica ou justifica. Apenas se expressa como inquietude que nos inspira os atos mais tresloucados e indispensáveis.
Isso é o que nos torna tantas vezes ridículos, cômicos de uma tragicidade bizarra...
Isso é o que nos torna tantas vezes ridículos, cômicos de uma tragicidade bizarra...
quarta-feira, 5 de junho de 2013
DESCONSTRUINDO O CONHECIMENTO
Recusar toda “metafísica essencialista”, todo suposto fundamento último das coisas, é confessar que já não é mais possível possuir ou ser possuído por uma concepção forte de “verdade”. Tudo que podemos é surpreender o mundo no imediato das aparências na exata medida que o inventamos coletiva e individualmente através de nossas codificações lingüísticas. Mas o mundo que representamos já não é mais “mundo”, lugar de significados, é apenas o que somos capazes de dizer no jogo vazio da linguagem que se assume como uma fraca resposta ao abismo estabelecido entre as palavras e as coisas.
Assim sendo, cumpre pensar a possibilidade de entender o acontecer do mundo como uma meta abstrata, um duvidoso empreendimento. A cultura contemporânea anuncia a duvida sobre qualquer “ possibilidade de saber” uma realidade cada vez mais pautada pelo ilegível, cada vez mais opaca a cognição e a codificação simbólica.
Apenas construímos castelos de areia gramaticais no dizer vazio do mundo....
Assim sendo, cumpre pensar a possibilidade de entender o acontecer do mundo como uma meta abstrata, um duvidoso empreendimento. A cultura contemporânea anuncia a duvida sobre qualquer “ possibilidade de saber” uma realidade cada vez mais pautada pelo ilegível, cada vez mais opaca a cognição e a codificação simbólica.
Apenas construímos castelos de areia gramaticais no dizer vazio do mundo....
terça-feira, 4 de junho de 2013
AVENTURA INTIMA
As pequenas certezas de um dia rotineiro não satisfazem minhas ânsias intimas, minhas vontades de vento e infinito.
Tudo aquilo que me é possível é tão pouco... Sei que guardo dentro de mim a mais absoluta fome de profano infinito, os mais desesperados desejos de rasgar a rua e adentrar o desconhecido da familiar paisagem.
Preciso respirar liberdade, desafiar o certo e o errado na mais radical afirmação de mim mesmo.
Sei que é urgentemente hora de viver, de me reinventar entre as coisas nos mais generosos excessos da imaginação e do existir nas coisas.
Tudo aquilo que me é possível é tão pouco... Sei que guardo dentro de mim a mais absoluta fome de profano infinito, os mais desesperados desejos de rasgar a rua e adentrar o desconhecido da familiar paisagem.
Preciso respirar liberdade, desafiar o certo e o errado na mais radical afirmação de mim mesmo.
Sei que é urgentemente hora de viver, de me reinventar entre as coisas nos mais generosos excessos da imaginação e do existir nas coisas.
segunda-feira, 3 de junho de 2013
ADEUS FUTURO
Já estou farto
De esperar pelo
Futuro.
Ele jamais
Me visitou
Ou encaminhou mensagens
De aniversário.
Talvez,
Nem saiba
Que eu existo
Nesse borrão de tempo
Dentro do qual
Me arrasto pelos dias.
DETERMINISMO
No fundo,
A única alternativa
Que tenho,
É me conformar a continuidade provisória das coisas,
O tédio e o marasmo
De mim mesmo
Entre os fatos
Pré- moldados
Do cotidiano.
Tento, entretanto,
Antever o amanhã
De meus passados perdidos...
CHUVA E MELANCOLIA
O dia chora através da chuva
E me abriga
No vento frio
E úmido
Das melancolias.
Agora,
Apenas quero
Que o tempo passe,
Mas também
Que a vida
Pare
E se renda
As minhas inercias.
Nenhuma palavra
ou acontecimento
Vale o bom senso
De um instante
De silêncio...
E me abriga
No vento frio
E úmido
Das melancolias.
Agora,
Apenas quero
Que o tempo passe,
Mas também
Que a vida
Pare
E se renda
As minhas inercias.
Nenhuma palavra
ou acontecimento
Vale o bom senso
De um instante
De silêncio...
REVISÃO
Preciso rever o fundo claro do superficial dos meus dias vividos.
Talvez vislumbrar janelas e rostos que me conduzam a paisagens novas, ou me perder no vazio do meu próprio passado até o limite de todos os futuros.
Pois guardo dentro de mim as mais nervosas urgências do mundo.
Preciso de um gole de embriagues de vida e pensamento...
Talvez vislumbrar janelas e rostos que me conduzam a paisagens novas, ou me perder no vazio do meu próprio passado até o limite de todos os futuros.
Pois guardo dentro de mim as mais nervosas urgências do mundo.
Preciso de um gole de embriagues de vida e pensamento...
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