sábado, 23 de fevereiro de 2013

DICIONÁRIO PESSOAL. VERBETE: REALIDADE



A realidade não é o que vivemos, mas o que não vivemos. A realidade não é um dado, é uma hipótese, uma equação sem resposta transvestida em labirinto, sonho e paradoxo.
Estamos acostumados a pensar em termos binários, quando todo pensamento é a diversidade elevada a condição de consciência das coisas. Algo profundamente indeterminado...
Penso, logo não sou....

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

PERDER A SI MESMO




Sei que no fundo

minhas vontades

são mansas,

fracas e deliberadas

tanto quanto

são mancas

minhas realidades.

Tenho andado em circulos

em torno de mim mesmo,

embriagando futuros

e despindo certezas

para beijar

a nudez

de suas ilusões

mais intimas.

Quase não existo

no constante estado provisório

de mim mesmo.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

O ANDAR DO BÊBADO: COMO O ACASOB DETERMINA AS NOSSAS VIDAS

O ANDAR DO BEBADO: COMO O ACASO DETERMINA AS NOSSAS VIDAS do fisico Leonard Mlodinow é um livro realmente fascinante que nos ajuda a repensar o mundo através da aleatoridade e da probabilidade, esse campo do conhecimento cientifico tão apartado do senso comum.
normalmente somos guiados por uma noção tosca de causa e efeito que inspira certa imagem determinista da vida que nos limita a uma codificação pobre da realidade.
mesmo quando identificamos o lugar do acaso em seus passos bebados nas definições de nossas vidas, tendemos a pensa-lo como fatalidade ou destino.
Contra essa vocação determinista de nossa cultura o autor afirma:
"Há muitas razões pelas quais o determinismo se mostra incapaz de satisfazer as condições de presibilidade nas questões humanas às quais aludiu Laplace. Em primeiro lugar, até onde sabemos, a sociedade não é governada por leis definidas e fundamentais, como a física. Na verdade, além de ser imprevisível o comportamento humano é frequentemente irracional ( no sentido de que agimos de modo contrário aos nossos interesses), como demonstrado repetivamente por Kahnerman e e Tversky.. Em segundo, mesmo que conseguissemos descobrir as leis dos assuntos humanos, como tentou Quételet, é impossível conhecermos ou controlarmos precisamente as circunstancias de nossas vidas,Ou seja, como Lorenz, não conseguimos obter os dados precisos de que precisamos para fazer previsões. Por fim, nossas questões são tão complexas que, mesmo que compreendessemos as leis e possuissimos todas as informações, dificilmente conseguiriamos realizar os cálculos necessários. Por isso, o determinismo é um modelo fraco para descrever a experiencia humana. Como escreveu o Prêmio Nobel B Max Born,"o acaso é um conceito msis fundamental do que a causalidade."
No estudo científico dos processos aleatórios, o andar do bêbado é o arquetipo. Esse modelo também se adapta bem às nossas vidas,pois, como ocorre com os grãos de polen que flutuam no no fluido browniano, os eventos aleatórios nos empurram continuamente numa direção e depois em outra. Dessa forma, embora posssamos encontrar regularidades estatisticas em dados sociais, o futuro de cada indivíduo é impossível de prever, e no que diz respeito a nossas conquistas particulares, empregos, amigos ou finanças todos devemos muito mais ao acaso do que somos capazes de perceber. Nas próximas páginas, vou argumentar ainda que, em todos os empreendimentos da vida real, a não ser pelos mais simples, não temos como evitar certs forças inesperadas ou imprevisíveis; além disso, essas forças aleatórias e nossas reações a elas são responsáveis por muito do que constitui o trajeto particular que seguimos na vida."
Mlodinow,Leonard. O andar do Bêbado: Como o acaso determina nossas vidas;tradução de Diego Alfaro; ERJ: Zahar , 2009; pg. 206-207

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

ALEATORIEDADE VIVDA

Compreendo tão precariamente o que faço, que entendo aleatório, sem um padrão identificável, a coleção de atos que me define nos dias.


Praticamente, quanto mais faço, menos existo, mais me rendo ao improvável do meu perecível existir, a esse espelho de vida ao qual não sobreviverei se quer como vestígio. Pois intencionalidade alguma parece vir de encontro aos meus propósitos acariciar meus acertos frustrados.


Tudo é tumultuado silêncio...


Quase nada vale a pena...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

ISOLAMENTO



Deixei-me esquecer
Um pouco

No fundo
De lugar nenhum
Entre o vazio
De todas as coisas
Para reaprender
Meus limites.
Permaneci
No sem tempo
Daquele canto
Por uma eternidade
Inteira
Reinventando
Meus estranhamentos
De mundo
E meus assombros
De existência e riscos...

sábado, 9 de fevereiro de 2013

SENTIMENTO DO MUNDO



Eu apenas sento
E observo
O tempo passar.
Isso é tudo
Que faz sentido:^
Observar o ciclo
Das estações,
A melancolia do vento
E o grande  silêncio
Do mero  se fazer das coisas.
Tudo simplesmente
Acontece...
E eu apenas vejo
Do lugar nenhum
De qualquer canto
De mundo
Onde quase já não estou...

O VAZIO DAS HORAS



As horas agora
Duram mais
Do que os dias,
Afogam o tempo
Vazias
E escritas na vida
Como paginas brancas.
As horas agora
Quebram  relógios,
Envelhecem atos
E rasgam agendas
E calendários.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

OS LIMITES DO SIGNIFICADO

O mundo de fatos que nos é proporcionado pela experiência das coisas é também um campo aberto de possibilidades.Algo que Racionalidade alguma é capaz de satisfatoriamente domesticar.Pois entre o definido dos fatos e o virtual das possibilidades existe o ilegível do caos e do aleatório, o selvagem território do incondicionado, que transcende nossas codificações do real. Pertinente esclarecer que tal incondicionado não possui qualquer conteúdo metafísico. Trata-se apenas de uma alegoria para dizer o limite e fragilidade de todas as representações possíveis da realidade. Pois nem tudo pode ser dito ou compreendido através de um significado.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

ILEGIVEL

DECOMPOSTO


ENTRE OS FATOS,

TENTO INVENTAR

MINHA PROPRIA LINGUAGEM

SABOREANDO

AS LINGUAS DO MUNDO,

RASGANDO SENTIDOS E SIGNIFICADOS,

ATÉ SOFRER OS SILENCIOS

ESCRITOS EM MEUS ATOS.



domingo, 3 de fevereiro de 2013

ALEATORIEDADE, ACASO E VIDA: UM FRAGMENTO DE LEONARD MLODINOW IN O ANDAR DO BÊBADO: COMO O ACASO DETERMINA NOSSAS VIDAS





BUSCAR PADRÕES E ATRIBUIR-LHES SIGNIFICADOS faz parte da natureza humana. Kahneman e Tversky analisaram muitos dos atalhos que empregamos para  avaliar padrões em dados e para fazer julgamentos quando confrontamos com a incerteza. Eles chamaram esses atalhos de heulística. Em geral, a heulistica é algo útil; no entanto, assim como nosso modo de processar informações ópticas pode levar às ilusões ópticas, a heulística também pode levar a erros sistemáticos. Kahnemann e Tversky chamam esses erros de  vieses. Todos nós ultilizamos a heulística  e padecemos de seus vieses. Porém, embora as ilusões ópticas raramente tenham muita relevância na vida cotidiana, vieses cognitivos têm um papel importante na tomada de decisões. Assim, ao final do sec. XX,  surgiu um movimento para estudar como a mente humana percebe a aleatoriedade. Os pesquisadores concluíram que “as pessoas têm uma concepção muito fraca da aleatoriedade; não a reconhecem quando a veem e não conseguem produzi-la ao tentarem”. E o que é pior, temos o costume de de avaliar equivocadamente o papel do acaso em nossas vidas,tomando decisões comprovadamente prejudiciais aos nossos Interesses.”
TRADUÇÃO DE DIEGO ALFARO