quinta-feira, 27 de outubro de 2011

SOBRE RADIO E ROCK AND ROLL


Em tempos de tecnologias digitais pode parecer um pouco retrô falar sobre a importância do radio. Mas não há como fugir a importância de certas configurações culturais que hoje nos parecem quase obsoletas para definição daquilo que se tornou possível  hoje.
Dos anos 50 até pelo menos os anos 80 os disc jockeys foram uma categoria social  decisiva para difusão e afirmação do rock enquanto estilo e cultura musical. Não podemos nos esquecer que foi justamente um disc jockey o responsável pelo seu batismo.
O fato é que no aqui mencionado período, o radio foi o grande termômetro e ator privilegiado da cultura popular e de massas. Sem ele o rock não teria alcançado o impacto social que teve ao longo daquelas décadas. Eis uma questão interessante de se pensar em paralelo aos nossos atuais cenários de nova tecnologia.
Afinal, de que maneira  substituição da cultura do radio pela da internet, passando pela MTV mudou nosso modo de viver musica?
É interessante o fato de existirem agora rádios digitais, por exemplo, provando que não se trata de uma relação simples entre arcaísmo e novidade...

PENSAMENTO QUEBRADO


Observo



um pequeno pensamento


quebrado e abandonado


sob a morosa tarde


de um dia de tédio,


resto de algum banal


sentimento das coisas


que já não diz mais nada a ninguém,


que já não é mais pensado,


lembrado ou marcado


em qualquer caderno,


radical expressão do descartável


e perene


que nos define humanos...



O DIA EM QUE O ROCK MORREU

O texano Buddy Holley teve uma carreira curta, restrita a um período de aproximadamente 3 ano de visibilidade no cenário do rock and roll do final dos anos 50 até morrer tragicamente em um acidente de avião em 3 de fevereiro de 1959. Mas foi tempo mais do que suficiente para imprimir sua decisiva marca na história do rock pela sofisticação de suas composições para a época. Holley contribuiu para o amadurecimento da musicalidade do rock introduzindo harmonias e melodias mais trabalhadas, além de letras mais complexas e menos ingênuas comparadas aos clichês românticos de então.

Ainda hoje o dia de sua morte é lembrado como o “o dia em que o rock morreu”, mas seu legado contribuiu justamente para o renascimento do rock nos anos 60. O primeiro de muitos que se perpetuam até o tempo presente...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

NOTA SOBRE ROCK E CONTRACULTURA


A relação entre rock and roll e contracultura nos anos 60 não é algo obvio. Afinal a chamada contracultura teve como principal matriz a geração Beat, movimento literário cuja aversão ao rock dos anos 50 era mais do que evidente assim como sua profunda ligação com o jazz.

Pode-se mesmo dizer que nos idos dos anos 60 o rock andava em baixa, sendo eclipsado pela folk music que então desfrutava de maior popularidade entre uma juventude americana cada vez mais politizada , critica e, portanto, indiferente a ingenuidade da primeira geração de rockers.

Tal cenário começou a se transformar com o advento das “Invasões Britânicas” lideradas pelos Beatles a partir de 1964. Ao lado dos Stones , Who, etc., os garotos de Liverpool reinventaram a linguagem do rock e prepararam sua reinserção no cenário cultural da época a ponto de hoje em dia o rock ser associado de maneira visceral a idéia de contracultura em um contexto muito mais amplo que aquele identificado com os anos 60 É o que desde os anos 70 conhecemos como cena undergraund.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

DEVIR


Não importa
O tempo
Que pesa no corpo.

Os sonhos
São sempre jovens
E vislumbram ganhos
No cenário de todos
Os mundos possíveis
Dentro da gente.

A imaginação
Mira sempre avante...

domingo, 23 de outubro de 2011

CONDIÇÃO HUMANA

Sei que uma vida inteira
Não basta para realização
De todos os meus futuros.

Pois as possibilidades
De uma mera existência
São múltiplas e infinitas
Na cotidiana  vertigem
Da permanente reinvenção
Do humano....

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

PROSA BOEMICA

As alegrias abertas



Explodem na sala de estar


No nervosismo de risos,


Soluços e gritos


De compartilhada embriaguês.






As palavras dançam


De uma boca a outra


Nuas e cambaleantes


Reinventando em gozo


O mais simples significado


Das coisas..

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

SOBREVIVÊNCIA

Quase não sei
O dia lá fora
No simples acontecer
Do ato
De estar vivo...

As rotinas
Simplesmente acontecem
Enquanto a vida pulsa
Dentro de mim
Como se nada mais
Realmente importasse,
Como se não houvessem perigos
No risco de cada esquina.

Tudo que realmente importa agora
É que estou vivo
Contra o mundo e os fatos....

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

TEMPO EFÊMERO

Uma única fotografia antiga
Pode ensinar
A distância
Que nos separa
Do próprio tempo,
Desfazer  infâncias
Com o olhar de agora
No jogo de luz e sombra
Da pragmática urgência
De um dia seguinte...

SOBRE OS ANOS QUE PASSAM

Os anos passam
Mas o que são os anos?
Que coisas importam
A caprichosa memória
Quando tudo
Que existe
É a embriaguez
Do agora,
Esta eterna e flamejante aurora
Que ofusca em vertigem
O turvo dos anos.