terça-feira, 19 de julho de 2011

NOTA SOBRE O CONSERVADORISMO

As várias versões possíveis que podemos dar ao lugar que habitamos, às vezes, simplesmente redefinindo o lugar próprio de cada objeto, é um pequeno exercício que nos prova a relatividade de todo ponto de vista.

Mas tal relatividade sustenta-se mais na pluralidade das opções concebíveis do que propriamente em nossa predisposição para escolher dentre elas.

Normalmente não cogitamos as melhores escolhas por não sermos suficientemente livres de nós mesmos para acolhê-las ou simplesmente enxergá-las...

UNIVERSALISMO E INDIVIDUALIDADE

Um dos mais curiosos fatos da condição humana é a universalidade de certas reações comportamentais básicas, a facilidade com que, quanto mais autenticamente acreditamos viver sentimentos pessoais, não transcendemos os simples lugares comuns do gênero humano.

A impessoalidade que perpassa nosso comportamento mais individualizado parece contradizer-nos como seres singulares e ciosos de nossa equação pessoal. Desde Shopenhauer sabemos o quanto somos oprimidos pela vida da espécie e suas imperativas premissas instintivas...

Mas a condição de indivíduos, irremediavelmente presos a uma migalha de tempo na paisagem humana, longe de diminuir o valor do existir singular, o valoriza pela afirmação do absurdo desafio ontológico que ele representa.

O que torna, em poucas palavras, interessante o acontecer do individuo é nossa desesperada ânsia para lhe impor significados e orientações teleológicas que não raramente implicam em transformações sobre a vida coletiva.

É o existir individual, a singularidade humana, o privilegiado palco do devir da espécie, da reviravolta de valores e codificações da existência...














domingo, 17 de julho de 2011

MEU EU E MEU OUTRO


JÁ FAZ ALGUM TEMPO
QUE MINHA VIDA
DEIXOU DE FAZER PARTE
DA ILUSÃO DOS OUTROS
PARA SE TRANSFORMAR EM MINHA REALIDADE,
OU NA CERTEZA MAIS CARA E CLARA
DA TELEOLÓGICA REINVENÇÃO PERMANENTE
DE MIM MESMO
NAS AUTO REPRESENTAÇÕES
DO MEU PRÓPRIO ROSTO....

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O MINIMALISMO DA LIBERDADE

É no corpo
das pequenas e cotidianas coisas
que atônicos surpreendemos 
um riso de liberdade,
um vácuo de responsabilidades
nas imaginações do silênico
que atualizam infâncias e sonhos
no embriagado da imaginação...

terça-feira, 5 de julho de 2011

DO DIA AO DIA


Posso compreender o dia



Na anatomia de seus defeitos


Prensados entre as rotinas


E o fluido do tempo vivido.


Posso dizer qualquer coisa


Sobre o desconforto


De saber o novo


Entre os passados abandonados


Na paisagem tremula


Do não pensado


Da sombra de um pensamento.



segunda-feira, 27 de junho de 2011

SOBRE O VAZIO DE NOSSAS ROTINAS


Todas as rotinas acumuladas



Sobre o vazio


De subjetivas metas


De mera existência


São como pequenas feridas


No corpo do intimo tempo


Em que vivemos...


São frágeis fantasias ontológicas


Que se desfazem ao grito


De um frágil e provisório


Ato de pensamento...

sábado, 25 de junho de 2011

CORAÇÃO


tudo que sei agora
é que meu coração bate,
do mesmo modo
que fez
initerruptamente
por anos a fio...
a mesma batida,
o mesmo tédio,
continuo e certo,
sem melodia
ou qualquer sentimrento...

terça-feira, 21 de junho de 2011

CONTEMPLANDO O UNIVERSO



Vislumbro o universo em detalhes,
Em cores e sombras de imaginações,
Através de um  onipotente  telescópio,
Onde tudo contemplo em vertigens de pensamento,.

Vejo o incerto contorno do tempo
Sucumbir ao caos e anarquia
De tudo aquilo que transcende o humano
E se faz em paisagem de
Desconhecidas e novas
Meta realidades de galáxias, estrelas
E anti matéria.

Em relativo sentimento,
Jogo ao vazio do espaço aberto
Um copo cheio de palavras,
Aleatórias e vagas,
Mas tão precisas como uma equação matemática...


Ciências apagam o céu
 e removem o inferno
Escrevendo  aventuras
E humanidades
no inteiramente outro das coisas. 

A terra agora
Quase não existe...

CAMINHO DE RUA E TEMPO





A vontade não pode querer para trás. Não pode aniquilar o tempo e o desejo de tempo é sua mais solitária aflição.” F. Nietzsche in ASSIM FALAVA ZARATUSTRA



Naquela  rua sem nome contemplei outro dia um caminho  em qualquer noite de vontade aberta.

 Agora, entretanto, revisitando paisagens, vejo apenas a rua e o ventar do tempo a transformá-la em outra, em uma versão de si mesma  onde nunca estive ou estarei... Onde nunca existiu um caminho...  onde apenas esteve a vontade do próprio caminho...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

FELICIDADE E ESQUECIMENTO



FELICIDADE
É PODER NÃO PENSAR
EM NADA,
SENTIR
INTENSAMENTE
O PASSAR DO TEMPO
SEM O PESO
DE QUALQUER PASSADO,
FUTURO E OBRIGAÇÃO DOS DIAS,
MISTURAR-SE
TÃO PROFUNDAMENTE ÀS COISAS
A PONTO DE SE PERDER
DE SI MEMSO...

 FELICIDADE
É UM ESTRANHO MODO
DE ESQUECIMENTO...