quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

FRAGMENTOS SOBRE A IDEIA DE VERDADE


Deve-se acreditar em tudo aquilo que se faz, partindo da premissa DE QUE NADA É VERDADEIRO.
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As auguras humanas nada significam frente à complexidade do universo. Quanto mais o conhecemos pela ciência mais nos damos conta da insignificância da condição humana e suas pretensas realidades.
Afinal, o universo é mais interessante do que qualquer idéia ou concepção de deus. Principalmente quando concebido imagem e semelhança do homem...
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Toda certeza é volúvel na mesma intensidade em que é sedutora...
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As melhores perguntas são aquelas cujas respostas são provisórias ou insatisfatórias, nos conduzindo a especulação e ao erro.
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A curiosidade vale mais do que qualquer crença...
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Deixar de acreditar em qualquer coisa, desconstruir uma verdade, é a mais autentica experiência do verdadeiro.
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A verdade é como o vento...

NOTA PARA UMA FILOSOFIA DA MULTIDÃO E DO NADA SOCIAL


Mergulho no ativo anonimato do caos das ruas, observando pessoas e colhendo cotidianos cacos de atos e conversas, ecos de estranhos no fluxo da multidão. Constato, assim, os lugares comuns do inventário dos indivíduos, na mesma medida em que percebo a insignificância de toda vida que porcamente povoa o mundo, da inutilidade e artificialismos das fragilidades da existência, que nutrem nossas personas. 

A maior parte do tempo vivido não faz a menor diferença em nossa biografia, se quer alcança o acontecer como "agora" em potência.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A VIDA E O NADA

A vida humana



É como um retalho de tempo


Abandonado ao acaso


No caos do mundo,


Um insignificante acontecimento


Que lentamente se desfaz


Em seu próprio vazio...






Minha humanidade


É viver de minhas sobras


Cultivando o nada


Que semeia em toda palavra


O saudável veneno do silêncio...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

REAL LOVE



Procuro inutilmente



Adivinhar a intimidade


Daquela MOÇA


Que decora em perfume e forma


O passeio público,


Que rouba,


Por um segundo,


Meu pensamento mais que profundo...






Sei que no fundo


Ela diz outro rosto.


Alguém que não conheci,


Não conheço


E jamais conhecerei.


Mas, entretanto,


Povoará meus sonhos


Até o último dia


De minhas ilusões


De existência e vida...

My live is a Woman... 



REAL WORD



Algumas palavras



Dançam em algazarra,


Totalmente embriagadas,


No escuro palco


De um intraduzível pensamento.



Sei que nada


O fará legível


E, estas palavras,


Serão apagadas pelo silêncio


Do sono que a madrugada acorda.


Nunca dirão ao mundo


O estranho significado que guardam


Como o segredo e delírio


De alguma fantasia de viva verdade...

WORD IS FREEDOM

domingo, 24 de janeiro de 2010

SOBRE A FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA



Normalmente os manuais e compêndios de filosofia guardam um curioso e desafiador silêncio com relação à filosofia contemporânea ou, o que poderíamos denominar, em termos heterodoxos, como “filosofia do tempo presente”...

Ainda se sustenta uma imagem conservadora de filosofia que a vincula ao cânon dos grandes filósofos da Antiguidade, Idade Media e primórdios da modernidade, como Decartes e seus pares.
Mas ao longo do século XX, pensadores como Heidigger , Witgenstein, Bertrand Russel, Sartre, Jean Baudrillard, Donald Davidson, dentre muitos outros, de diferentes e diversas maneiras, procuraram dar respostas aquele difuso sentimento epocal de que nossas representações e codificações de mundo já não significam grande coisa e não fornecem subsidios relevantes a sustentação simbolica de nossa realidade vivida.
Pela primeira vez a filosofia recvonheceu o caos como imagem e possibilidade possivel do real humanamente construido e tentou estabelecer novas bases para o conhecimento e o saber aproximando-se, em algumas vertentes  da cultura laica do saber cientifico. Premissa clara, especialmete, no campo da filosofia da linguagem e da filosofia analitica .
Afinal, o que significa filosofia hoje?...

O LIMITE DA PALAVRA...

Palavra alguma me define



Entre os cotidianos discursos


Do pensamento...






Tudo que digo


Me escapa, ou distorce,


No irracional exercício


De existir imerso


Em caos e mundo...






O presente


É o único futuro


Que conheço,


Preenchendo


Com significados


Os vazios que me definem


No absoluto nada do mundo


Em imaginações de amanhãs...

sábado, 23 de janeiro de 2010

CANT'T BUY MY LOVE by JONATHAN GOULD II



Talvez a musica que lhe empresta o titulo revele o mais profundo significado do livro de Jonathan Gould sobre os Beatles lhe afastando da leitura simplista da beatlemania ... transformando a banda em arquétipo do mais profundo e contestador significado concreto da formula “amor” que a banda realizou em nossos imaginários ...



Can't buy me love, love


Can't buy me love


I'll buy you a diamond ring my friend


If it makes you feel all right


I'll get you anything my friend


If it makes you feel all right


'Cause I don't care too much for money


For money can't buy me love


I'll give you all I've got to give


If you say you love me too


I may not have a lot to give


but what I've got I'll give to you


For I don't care too much for money


Money can't buy me love


Can't buy me love


Everybody tells me so


Can't buy me love


No, no, no, no


Say you don't need no diamond ring


And I'll be satisfied


Tell me that you want those kind of things


that money just can't buy


For I don't care too much for money


For money can't buy me love


Can't buy me love


Everybody tells me so


Can't buy me love


No, no, no, no


Say you don't need no diamond ring


And I'll be satisfied


Tell me that you want those kind of things


that money just can't buy


For I don't care too much for money


For money can't buy me love


Ooh, can't buy me love, love


Can't buy me love, no




TRADUÇÃO


Não pode comprar o meu amor, amor


Não pode comprar o meu amor






eu lhe comprarei um anel de diamantes, Minha amiga


Se isso fizer você se sentir bem


Eu lhe darei tudo, minha amiga


Se isso fizer você se sentir bem


Pois eu não me importo muito com dinheiro


Porque dinheiro não pode comprar meu amor






Eu lhe darei tudo o que eu tenho para dar


Se você me disser que me ama também


Eu posso não ter muito para dar


mas o que eu tenho eu darei para você


Pois eu não me importo muito com dinheiro


Porque dinheiro não pode comprar meu amor






Não pode comprar meu amor


Todo mundo me diz isso


Não pode comprar meu amor


Não, não, não, não






Diga que você não precisa de anéis de diamantes


E eu ficarei satisfeito


Me diga que você quer aquelas coisas


que o dinheiro não pode comprar


Pois eu não me importo muito com dinheiro


Porque dinheiro não pode comprar meu amor






Não pode comprar meu amor


Todo mundo me diz isso


Não pode comprar meu amor


Não, não, não, não






Diga que você não precisa de anéis de diamantes


E eu ficarei satisfeito


Me diga que você quer aquelas coisas


que o dinheiro não pode comprar


Pois eu não me importo muito com dinheiro


Porque dinheiro não pode comprar meu amor


Ooh, não pode comprar meu amor, amor


Não pode comprar meu amor, não


CANT'T BUY MY LOVE by JONATHAN GOULD


A obra Cant’ Buy me Love : Os Beatles, a Grã Bretanha e os Estados Unidos, by Jonathan Gould, é um interessante esforço de compreensão do contexto histórico que permitiu a gênese e o se fazer dos Beatles como a mais singular e impactante banda de rock dos anos 60; fenômeno sócio cultural que formatou direta e indiretamente uma geração e mudou a linguagem da musica popular angro saxã de uma forma ainda hoje sem paralelos.





Apesar da narrativa mais descritiva do que propriamente analítica, este trabalho tem o mérito de entrelaçar biografia, critica musical e história cultural no mosaico vivo de uma leitura profunda da obra dos fabulours four que os torna uma imagem viva que, transcendendo seu próprio tempo, alcança o futuro de nós mesmos em múltiplas releituras e mágico encanto de atualizações e transformações...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O EGO SEGUNDO C.G. JUNG



Uma das premissas que considero mais interessantes para uma psicologia pós junguiana é aquela sugerida pela formulação de Jung sobre a natureza do ego. Para ele, como se sabe, o ego era um complexo dentre muitos outros, mas articulado a uma diversidade de processos psíquicos que o tornam centro do fenômeno da consciência. Ao mesmo tempo sua autonomia em relação as dinâmicas da psique objetiva e, até mesmo sua substancialidade, são fenômenos profundamente relativos...



“... A consciência do eu é um complexo que não abrange o ser humano em sua globalidade: ela esqueceu infinitamente mais do que sabe. Ouviu e viu uma infinidade de coisas das quais nunca tomou consciência. Há pensamentos que se desenvolvem à margem da consciência, plenamente configurados e complexos, e a consciência os ignora totalmente. O eu sequer tem uma pálida idéia da função reguladora e incrivelmente importante dos processos orgânicos internos a serviço da qual está o sistema nervoso simpático. O que o eu compreende talvez seja a menor parte daquilo que uma consciência completa deveria compreender.


O eu, portanto, só pode ser um complexo parcelar. Talvez seja ele aquele complexo singular e único cuja coesão interior significa a consciência. Mas qualquer coesão das partes psíquicas não é em si mesma a consciência? Não se vê claramente a razão pela qual a coesão de uma certa parte de funções sensoriais e de uma certa parte do material de nossa memória deve formar a consciência, enquanto a coesão de outras partes da psique não a forma. O complexo da função de vista, da audição, etc., apresenta uma forte e bem organizada unidade interior. Não há razão para supor quer esta unidade não possa ser também uma consciência. Como bem nos mostra o caso da surda-muda e cega Hellen Keller, bastam o sentido do tato e a sensação corporal para tornar possível a consciência e faze-la funcionar, embora se trate de uma consciência limitada a estes dois sentidos. Por isto eu acho que a consciência do eu é uma síntese de várias “consciências sensoriais”, na qual a autonomia de cada consciência individual fundiu-se na unidade do eu dominante.


Como a consciência do eu não abrange todas as atividades e fenômenos psíquicos, isto é, não conserva todas as imagens nela registradas, e como a vontade, apesar de todo o seu esforço, não consegue penetrar em certas regiões fechadas da psique, surge-nos naturalmente a questão se não existiria uma coesão de todas as atividades psíquicas semelhante à consciência do eu, uma espécie de consciência superior e mais ampla na qual o nosso eu seria um conteúdo objetivo, como, por exemplo, o ato de ver, em minha consciência, fundido, como esta, com outras atividades inconscientes em uma unidade superior. A consciência de nosso eu poderia certamente estar encerrada numa consciência completa, como um circulo menor encerrado em um maior.”


( C G JUNG. Espírito e Vida, in OBRAS COMPLETAS DE C.G. JUNG. Volume VIII/2 “A Natureza da Psique/ tradução de Pe. Dom Mateus Ramalho Rocha. Petrópolis: Editora Vozes, 3° ed, p. 266 )