Nossas representações contemporâneas de mundo são um amalgama impreciso e incerto composto de inúmeras citações. Já não cabe falar mais em visões de mundo ou ideologias, pois já não somos capazes de acreditar ou viver de acordo com qualquer prerrogativa de fé ou crença em qualquer invenção do intelecto humano.
Sabemos que equações matemáticas ou tautologias não remetem a qualquer realidade objetiva. Categorias como “necessidade”, “leis naturais” ou “valor” não são aplicáveis de modo convincente as descrições do real que nos povoam e orientam cotidianamente.
Tal ceticismo em relação as possibilidades do conhecimento humano nos afasta da sedução da verdade, da vocação que temos para nos confundir com criações do intelecto a ponto de derivar delas identidades e visões de mundo. Toda modalidade de saber já não passa de uma relativa codificação do real sobre a qual nunca estamos inteiramente seguros.
Nem mesmo a maior ou menor eficácia alcançada por este ou aquele campo do conhecimento cientifico personificados por suas realizações pragmáticas, parece ser um critério valido para atribuir valor a qualquer pensamento. Pois não importa quais sejam suas premissas ele será irremediavelmente arbitrário e unilateral...
Em poucas palavras, deslocado da idéia de verdade e de significação ontológica os saberes humanos convertem-se cada vez mais em performance do espírito. O que significa que, se para modernidade o método das ciências naturais foi o grande modelo para construção de saberes, a arte tende a desempenhar papel análogo no indeterminado da pós modernidade.