Não é uma tarefa muito fácil falar com alguma precisão ou rigor sobre os marcos de origem do velho rock and roll nos Estados Unidos do pós segunda grande guerra. É mais seguro tomá-lo, enquanto novo estilo musical, como uma construção coletiva da primeira e extremamente criativa geração de rockers. Dentre eles destacam-se nomes como o de Chuck Berry, Elvis Presley, Bill Halley, Litle Richard, Gene Vicent e Jerry Lee Lews, e tantos outros.
Segunda uma versão sacralizada o rock and roll teria sido “inventado” por Chuck Berry e sua certidão de nascimento seria a gravação de Maybellene em 1955. Outra versão, entretanto, toma como seu primeiro marco a gravação do compacto Rocket 88 em 1951 por um conjunto de rhythm & blues chamado The King of Rhythm.
Como em seus primórdios o rock encontrava-se muito próximo de suas matrizes de origem a ponto de pouco diferenciar-se delas, é muito difícil precisar em que momento e através de quem ele se emancipou de suas raízes a ponto de constituir um estilo e personalidade musical própria. Afinal, as raízes do rock and roll são diversas. Suas influencias iniciais compreendem o blues tradicional, o rhythm & blues, a musica country, o folk, o boogie woogie e até mesmo um pouco de gospel. Se podemos defini-lo como uma musica rápida e dançante, baseada em três ou quatro acordes e interpretada de modo alucinado e jocoso, isso não é absolutamente suficiente para distingui-lo sem equívocos, por exemplo, do rhythm & blues.
De um modo ou de outro foi ao longo dos anos 50 que, impulsionado por uma poderosa industria cultural, o rock projetou-se como fenômeno diferenciado em meio ao rico cenário musical do período cativando um público de adolescentes que a partir dele construiu uma identidade e um universo próprio de questões e dilemas. De certo modo o rock reinventou as representações sociais do ser jovem e redefiniu seu lugar e espaço na sociedade ocidental ao relativamente libertá-lo do peso das tradições e costumes convencionais...
Segunda uma versão sacralizada o rock and roll teria sido “inventado” por Chuck Berry e sua certidão de nascimento seria a gravação de Maybellene em 1955. Outra versão, entretanto, toma como seu primeiro marco a gravação do compacto Rocket 88 em 1951 por um conjunto de rhythm & blues chamado The King of Rhythm.
Como em seus primórdios o rock encontrava-se muito próximo de suas matrizes de origem a ponto de pouco diferenciar-se delas, é muito difícil precisar em que momento e através de quem ele se emancipou de suas raízes a ponto de constituir um estilo e personalidade musical própria. Afinal, as raízes do rock and roll são diversas. Suas influencias iniciais compreendem o blues tradicional, o rhythm & blues, a musica country, o folk, o boogie woogie e até mesmo um pouco de gospel. Se podemos defini-lo como uma musica rápida e dançante, baseada em três ou quatro acordes e interpretada de modo alucinado e jocoso, isso não é absolutamente suficiente para distingui-lo sem equívocos, por exemplo, do rhythm & blues.
De um modo ou de outro foi ao longo dos anos 50 que, impulsionado por uma poderosa industria cultural, o rock projetou-se como fenômeno diferenciado em meio ao rico cenário musical do período cativando um público de adolescentes que a partir dele construiu uma identidade e um universo próprio de questões e dilemas. De certo modo o rock reinventou as representações sociais do ser jovem e redefiniu seu lugar e espaço na sociedade ocidental ao relativamente libertá-lo do peso das tradições e costumes convencionais...
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Mesmo sendo uma obra demasiadamente sintética e factual dada sua formatação, o ALMANAQUE DO ROCK: HISTÓRIAS E CURIOSIDADES DO RITMO QUE REVOLUCIONOU A MÚSICA de Kid Vinil é uma referência relevante para os estudiosos do rock na medida em que fornece um panorama da evolução e diversificação gradativa deste singular estilo musical ao longo do tempo. A obra abrange um período relativamente longo que compreende os primórdios nos anos 50 até o diversificado e complexo cenário dos anos 00, discutindo também suas perspectivas de então.
No que diz respeito especificamente ao rock dos anos 50, o autor nos lembra uma influencia normalmente ignorada na formação do rock and roll:o Bebop. Em suas próprias palavras:
“ O Bebop que apareceu com o fim das big bands, foi outra raiz do rock and roll. Era um tipo de jazz misturado ao blues feito pelos jovens negros, mas não era dançante como o som das swing bands. Nomes como o do saxofonista Charlie Parker e do trompetista Dizzy Gillespie destacaram-se nessa onda.”
( Kid Vinil. Almanaque do Rock: Histórias e curiosidades do ritmo que revolucionou a música. SP: Ediouro, 2008, p. 17 )
Ele também resgata o lugar do Doo-Wop como estilo de rock dos anos 50:
“Um estilo importante dentro do rock and roll dos anos 50 foi o doo-woop, uma espécie de exercício vocal feito por grupos de jovens negros e brancos, pobres e, às vezes, ítalos-americanos, que começaram a carreira cantando sem nenhum acompanhamento de instrumentos, naquilo que chamamos a capella. Nessa década, apareceram diversos grupos desse estilo, e alguns conseguiram certo sucesso, como The Crows, The Penguins, The Ravens e The Orioles. Mas outros também merecem destaque, entre eles: The Platters, The Clovers, The Spaniels, Flankie Lymon and The Teenagers, Dion, The Flamingos e The Drifters.
Em 1954, um dos grupos precursores foram os canadenses do Crew Cuts que chegaram ao primeiro lugar em algumas paradas com a musica “Sh’Boom”, que consistia em um arranjo vocal dos quatro integrantes. No ano seguinte emplacaram mais uma: “Earth Angel”, regravação dos The Pingüins.
The Crows foi o primeiro grupo vocal a tocar em rádios de brancos em 1954, com a música “Gee”. Entretanto, um dos grupos mais bem sucedidos foi o The Clovers, que se emplacou 13 sucessos entre 1951 e 1954. Sem contar o The Platers, grupo de dôo-eoop que entrou nas principais paradas com “The Great Pretender” em dezembro de 1955.”
( Idem p. 15)
“Um estilo importante dentro do rock and roll dos anos 50 foi o doo-woop, uma espécie de exercício vocal feito por grupos de jovens negros e brancos, pobres e, às vezes, ítalos-americanos, que começaram a carreira cantando sem nenhum acompanhamento de instrumentos, naquilo que chamamos a capella. Nessa década, apareceram diversos grupos desse estilo, e alguns conseguiram certo sucesso, como The Crows, The Penguins, The Ravens e The Orioles. Mas outros também merecem destaque, entre eles: The Platters, The Clovers, The Spaniels, Flankie Lymon and The Teenagers, Dion, The Flamingos e The Drifters.
Em 1954, um dos grupos precursores foram os canadenses do Crew Cuts que chegaram ao primeiro lugar em algumas paradas com a musica “Sh’Boom”, que consistia em um arranjo vocal dos quatro integrantes. No ano seguinte emplacaram mais uma: “Earth Angel”, regravação dos The Pingüins.
The Crows foi o primeiro grupo vocal a tocar em rádios de brancos em 1954, com a música “Gee”. Entretanto, um dos grupos mais bem sucedidos foi o The Clovers, que se emplacou 13 sucessos entre 1951 e 1954. Sem contar o The Platers, grupo de dôo-eoop que entrou nas principais paradas com “The Great Pretender” em dezembro de 1955.”
( Idem p. 15)