Eu amo o vazio
Que me leva a duvida;
O absoluto do absurdo
De estar aqui agora
Em palavras e vento
Contemplando o universo.
Eu amo o que passa,
Dentro de mim e no mundo,
E se perde em infinito vazio
Que me desloca,
Me rasga,
Em vontade de presente
E dos outros
Em definitivos silêncios...
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
domingo, 17 de maio de 2009
sexta-feira, 15 de maio de 2009
ENTRE MATURIDADE E INFÂNCIA
Habitualmente representamos a infância como a era dourada de nossas biografias, como aquele período mágico e lúdico da vida em que freqüentamos um mundo de cores vivas e contraditórias indiscutivelmente alegre; algo a parte do que se convencionou chamar vida adulta ou madura.
Evidentemente, trata-se de uma representação fantasiosa, mesmo que para sustentá-la possamos recorrer a uma série de pueris e caros fragmentos de memória sobre ocasiões de inocente felicidade perdida.
De modo geral, a infância, ao contrário de nossas apropriações subjetivas de adultos, não passa de um período de indefinições, inseguranças, fragilidades e dependências quase ilimitadas que levam as crianças a ansiar o quanto antes a experiência da maturidade social e etária.
Talvez o que nos conduza a fantasiar a infância seja nossa irresponsabilidade e impulsividade reprimida, indomável apesar do império das racionalidades e pseudo maturidades do pactuado mundo das convenções; nossas frustrações e decepções com as complexas dinâmicas da vida adulta.
Crescer, torna-se um individuo etariamente ativo significa quase sempre assumir o desencantamento do mundo e a desfuncionalidade da realidade contra a qual lutamos todos os dias para sobreviver como apêndices de nossas artificiais responsabilidades em meio ao caos onipresente.
Evidentemente, trata-se de uma representação fantasiosa, mesmo que para sustentá-la possamos recorrer a uma série de pueris e caros fragmentos de memória sobre ocasiões de inocente felicidade perdida.
De modo geral, a infância, ao contrário de nossas apropriações subjetivas de adultos, não passa de um período de indefinições, inseguranças, fragilidades e dependências quase ilimitadas que levam as crianças a ansiar o quanto antes a experiência da maturidade social e etária.
Talvez o que nos conduza a fantasiar a infância seja nossa irresponsabilidade e impulsividade reprimida, indomável apesar do império das racionalidades e pseudo maturidades do pactuado mundo das convenções; nossas frustrações e decepções com as complexas dinâmicas da vida adulta.
Crescer, torna-se um individuo etariamente ativo significa quase sempre assumir o desencantamento do mundo e a desfuncionalidade da realidade contra a qual lutamos todos os dias para sobreviver como apêndices de nossas artificiais responsabilidades em meio ao caos onipresente.
LITERATURA INGLESA XLIV
Alice at 80 ou Alice aos 80 do poeta e romancista norte americano David R. Slavitt, é um curioso exercício de imaginação literária. O livro em questão possui como tema central as permanências na idosa Alice Liddell da experiência de infância estabelecidas pelo seu relacionamento com o reverendo Charles Dodgson, mais conhecido pelo seu pseudônimo Lewis Carroll. Cabe esclarecer que Alice Liddell fora a musa inspiradora de sua obra clássica Alice no País das Maravilhas e Alice no Espelho.
Cabe esclarecer que Carroll é polêmico entre os seus biógrafos pelo seu voyeuismo, pelo seu discreto erotismo e curiosa amizade com garotinhas que gostava de fotografar e destinar pequenas missivas. A imaginação de R. S. Slavitt nos permite preencher os vazios deixados por esses heterodoxos relacionamentos.
O ponto de partida da narrativa é a homenagem prestada a Alice Liddell, então com 80 anos, pela universidade de Columbia/ NY, através do diploma de doutora honoris causa em Letras, como parte das comemorações do centenário do autor em 1932. A partir daí fantasia e realidade se misturam construindo uma profunda e fascinante aventura psicológica envolvendo Alice, sua família e o reencontro com outras duas antigas modelos ou amiguinhas mirins de Carroll, como a personificada pelo fragmento que segue:
Cabe esclarecer que Carroll é polêmico entre os seus biógrafos pelo seu voyeuismo, pelo seu discreto erotismo e curiosa amizade com garotinhas que gostava de fotografar e destinar pequenas missivas. A imaginação de R. S. Slavitt nos permite preencher os vazios deixados por esses heterodoxos relacionamentos.
O ponto de partida da narrativa é a homenagem prestada a Alice Liddell, então com 80 anos, pela universidade de Columbia/ NY, através do diploma de doutora honoris causa em Letras, como parte das comemorações do centenário do autor em 1932. A partir daí fantasia e realidade se misturam construindo uma profunda e fascinante aventura psicológica envolvendo Alice, sua família e o reencontro com outras duas antigas modelos ou amiguinhas mirins de Carroll, como a personificada pelo fragmento que segue:
“... Minha impressão daquele primeiro momento está obscurecida por outros momentos, mas acho que me comportei adequadamente- quero dizer, de acordo com os desejos e necessidades dele. E acho que ele me pôs no chão e voltei para a plataforma. Acho que foi isso. Talvez tenha mandado que eu me vestisse. Seja como for, sei que desapareceu no quarto ao lado, para apanhar outro pedaço de carvão. Ou outro pretexto qualquer. Certamente saiu para se masturbar.
Imagino que fosse isso, baseando-me em experiências posteriores. Para a maioria das meninas que ele convencia a posar para fotografias ou desenhos, acho que era o máximo que fazia- mandar a garota tirar a roupa, beija-la e abraça-la sentando-a no colo, e depois desaparecer no outro quarto. Nada que pudesse provocar grandes distúrbios psicológicos. Algumas delas provavelmente nem percebiam o que estava acontecendo. Eu sabia porque era mais velha do que a maioria das amiguinhas dele e porque tinha tido uma vida diferente. Além disso, tinha consciência das possibilidades, porque minha própria mãe tinha raspado meus pêlos”.
(David R. Slavitt. Alice aos 80/tradução de Aulyde Soares Rodrigues. RJ: Rocco, 1986, p.142-143 )
PENDÊCIAS COTIDIANAS
I
Procuro princípios
No mais imperfeito
Do provisório saber
De ser entre as coisas.
Transcendo-me
Em silêncios e sensações
Buscando soluções passageiras
Para as pendências
De ontem...
II
O quase saber
Do meu provisório
Viver de acasos
Entre sombras
Desconstroe-se
Na adivinhação do nada
Entre as sobras do dia...
Procuro princípios
No mais imperfeito
Do provisório saber
De ser entre as coisas.
Transcendo-me
Em silêncios e sensações
Buscando soluções passageiras
Para as pendências
De ontem...
II
O quase saber
Do meu provisório
Viver de acasos
Entre sombras
Desconstroe-se
Na adivinhação do nada
Entre as sobras do dia...
quarta-feira, 13 de maio de 2009
LIFE....
terça-feira, 12 de maio de 2009
FUTURE
segunda-feira, 11 de maio de 2009
FILOSOFIA DO QUERER DESEJO
Todo o querer do mundo
Não cabe no desejo
Que pela vida
me move
em buscas de imensidões.
O universo acontece
Em vontades múltiplas,
Em dialógicos conflitos
Que se propagam ao infinito
Na significação positiva
De VAZIOS,
CARÊNCIAS,
APETITES
E DESAFIOS...
Não cabe no desejo
Que pela vida
me move
em buscas de imensidões.
O universo acontece
Em vontades múltiplas,
Em dialógicos conflitos
Que se propagam ao infinito
Na significação positiva
De VAZIOS,
CARÊNCIAS,
APETITES
E DESAFIOS...
CRÔNICA RELÂMPAGO LIII
Cotidianamente,muitas vezes falamos apenas para fazer barulho, para preencher o incômodo silêncio que surge do estar a presença de outras pessoas. Freqüentamos sistematicamente o lugar comum da linguagem, da superficialidade de nosso ser entre os outros.
O decisivo nisso é que realmente não temos nada de muito significativo a dizer ou compartilhar uns com os outros. O fazer-se da vida dar-se sob o signo da banalidade e a construção de nossa individualidade, o mais profundo de nossa experiência privada de estar no mundo é essencialmente incomunicável....
O decisivo nisso é que realmente não temos nada de muito significativo a dizer ou compartilhar uns com os outros. O fazer-se da vida dar-se sob o signo da banalidade e a construção de nossa individualidade, o mais profundo de nossa experiência privada de estar no mundo é essencialmente incomunicável....
terça-feira, 5 de maio de 2009
“NOTHING’S GONNA CHANGE MY WORD...”
Invento um instante dourado
De piruetas
Para rir das sutilezas
Que somam a realidade
Ao doce das fantasias.
The fool on the hill...
Across the universe...
“NOTHING’S GONNA CHANGE MY WORD...”
A linguagem me devora
No virtual exercício de ser....
Em irracional existência
Em decafônicas decomposições...
Mas a vida
Tende a si mesma
Em um silêncio de tempo
Que passa...
De piruetas
Para rir das sutilezas
Que somam a realidade
Ao doce das fantasias.
The fool on the hill...
Across the universe...
“NOTHING’S GONNA CHANGE MY WORD...”
A linguagem me devora
No virtual exercício de ser....
Em irracional existência
Em decafônicas decomposições...
Mas a vida
Tende a si mesma
Em um silêncio de tempo
Que passa...
JOHN LENNON E 1969: 40 ANOS DEPOIS...
O longo Século XX foi, entre outras definições possíveis, a Era das Individuações. Dentre os indivíduos singulares gerados por ele, John Lennon ocupa um lugar realmente especial em meio ao labirinto de suas contradições, impasses, ingenuidades, senso de humor ou de liberdade e aposta em alguma possibilidade de desdobramento futuro de seu generoso tempo social e epocal marcado por esperanças radicais de desconstruções e reconstruções do mundo compartilhado a partir da singularidade e originalidade da experiência da individualidade...
Vale à pena resgatar aqui, por tudo isso, um momento especial de sua trajetória subjetiva ocorrido no já distante ano de 1969, lembrado por Lucia Linhares, em um pequeno e despretensioso ensaio biográfico que nos leva a refletir sobre seus dilemas enquanto figura pública, sobre suas recusas e irreverente afirmação de si mesmo conmo sendo apenas um individuo entre os outros e além das projeções que lhe eram coletivamente impostas:
Vale à pena resgatar aqui, por tudo isso, um momento especial de sua trajetória subjetiva ocorrido no já distante ano de 1969, lembrado por Lucia Linhares, em um pequeno e despretensioso ensaio biográfico que nos leva a refletir sobre seus dilemas enquanto figura pública, sobre suas recusas e irreverente afirmação de si mesmo conmo sendo apenas um individuo entre os outros e além das projeções que lhe eram coletivamente impostas:
“... No começo de outubro, o New Cinema Club, de Londres, apresentou alguns filmes de John, entre eles uma première: SELF PORTRAIT. Durante 15 minutos vemos o pênis de John e mais nada, a não ser uma ereção em câmera lenta. As interpretações foram muitas: mais uma mostra de seu senso de humor, mais uma agressão à critica, mais uma tentativa de filmar o absurdo... John disse, na época:
“ Eu me recuso a liderar, e vou sempre mostrar meus genitais, ou fazer qualquer coisa que me previna de ser Martin Luther King, ou Ghandhi, e ser morto.” ( One Day a Time)
Numa manhã de novembro John acordou e pediu ao motorista que fosse até a casa de Tia Mimi buscar a medalha da Ordem do Império Britânico que estava em cima do aparelho de televisão. John resolvera colocar em prática uma idéia que há um ano tinha na cabeça; a Inglaterra envolvia-se no Vietnã, no conflito Nigéria e Biafra, e John não estava gostando nada disso. Foram ao escritório e John redigiu uma carta:
“Sua Majestade,
Estou devolvendo a Ordem do Império Britânico em protesto contra o envolvimento da Inglaterra no caso de Biafra-Nigéria, contra o nosso apoio à presença dos EUA no Vietnã e contra a baixa colocação de Cold Turkey nas paradas de sucesso.
Com amor
John Lenon do Saco” ( “of the bag”, uma referência ao “ bagism”)
Poucas pessoas entenderam a piadinha com Cold Turkey. Esta brincadeira não impediu, entretanto que Bertrand Russel admirasse o ato de John e lhe mandasse congratulações.”
(Lucia Villares. Lennon: No céu de diamantes. SP: Brasiliense( coleção Encanto Radical), 1992, p.94-95)
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