sexta-feira, 15 de maio de 2009

ENTRE MATURIDADE E INFÂNCIA


Habitualmente representamos a infância como a era dourada de nossas biografias, como aquele período mágico e lúdico da vida em que freqüentamos um mundo de cores vivas e contraditórias indiscutivelmente alegre; algo a parte do que se convencionou chamar vida adulta ou madura.

Evidentemente, trata-se de uma representação fantasiosa, mesmo que para sustentá-la possamos recorrer a uma série de pueris e caros fragmentos de memória sobre ocasiões de inocente felicidade perdida.

De modo geral, a infância, ao contrário de nossas apropriações subjetivas de adultos, não passa de um período de indefinições, inseguranças, fragilidades e dependências quase ilimitadas que levam as crianças a ansiar o quanto antes a experiência da maturidade social e etária.

Talvez o que nos conduza a fantasiar a infância seja nossa irresponsabilidade e impulsividade reprimida, indomável apesar do império das racionalidades e pseudo maturidades do pactuado mundo das convenções; nossas frustrações e decepções com as complexas dinâmicas da vida adulta.

Crescer, torna-se um individuo etariamente ativo significa quase sempre assumir o desencantamento do mundo e a desfuncionalidade da realidade contra a qual lutamos todos os dias para sobreviver como apêndices de nossas artificiais responsabilidades em meio ao caos onipresente.

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