domingo, 21 de janeiro de 2024

SUPREMO SILÊNCIO


Em tudo que há 
existe um grande silêncio.
Ele impregna todas as coisas vivas e inanimadas,
confundindo-se com a escuridão do  universo.

Assim, o mundo, a natureza,
toda matéria,
acontece dentro do corpo,
quase infinito, deste silêncio.

Ele  envolve,
 consome, cala,
e reduz a nada todo complexo edifício de palavras
que dedicamos a vida.

Trata-se de um silêncio absoluto, onipotente, onipresente,
e indiferente ao sopro, ao som, 
e ao verbo.

Um silêncio que se  estende do  início  ao fim de tudo.

Um atemporal, 
insuperável,
 e quase insuportável silêncio,
que não será ultrapassado
pela soma de tudo que já foi e será dito ou escrito
ao longo da soma de todos os séculos.

Este silêncio é, simplesmente,
a morte.









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