sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

O FORASTEIRO ERRANTE

Não serei analisado,
interpretado,
enquadrado,
classificado, rotulado, 
e, por fim, julgado e condenado 
pelos seus pares ou  adversários.

Ando por aqui
de passagem,
sem lei, governo ou identidade.
Não tentem me impor um rosto.

Não cabem em mim
sobrenomes,
verdades ou vaidades.
Sou isso , aquilo,
e muito pelo contrário.

Também não esperem
que eu seja o mesmo
de algum outro dia.
Justo eu, 
que nem os conheço
e prefiro fingir
que não os vejo
quando nos esbarramos na esquina.

Não esperem, portanto, de mim
Nem mesmo  um educado bom dia.
Não quero deixar lembrança
ou saudade.
Nenhuma pista de onde vou
ou de onde venho.

Sigo fugindo dos outros
e também da minha própria sombra.
Sigo errante, incerto e inconstante.
E, assim, seguirei a diante,
sem deixar vestígios.
Escapando sempre a toda vigilância
de sua nefasta política de segurança.

Contra vocês e suas leis, serei sempre livre.






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