Sou louco.
Com toda lucidez do mundo.
Admito que sou
um fiel devoto da minha falta de juízo.
Jamais me farão procurar uma cura
ou adaptar-me a realidade.
Sou avesso a normas
e a toda moralidade.
Sou louco
e isso me basta.
Não me queiram submisso
ao tédio das psicanálises.
Gosto do colo das tempestades.
Minha singularidade,
minha desracionalidade,
não cabe na máscara de Édipo,
no jogo tolo de Papai e Mamãe,
e não se resolve com o velho truque da confissão.
Meu sonho é livre de interpretações.
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