das autoridades e hierarquias da bela escrita,
da erudição pedante da crítica.
Ela é avessa ao arcaismo,
Ao romantismo, ao simbolismo,
parnasianismo e todas as fases do mordenismo.
A poesia abomina toda história da literatura.
Ela não está no verso, na prosa,
na forma ou no lirismo.
Ela é o que escapa a palavra,
ao significante e ao significado.
Ela é o intraduzível sublime da raiva e do espanto de estar vivo
que não encontra abrigo
em nenhuma língua.
A poesia é o que foge a escrita,
a negação, a revolta, o susto,
o uivo.
Ela é a morte, o nada,
e a resignificação radical da vida,
como paradoxo e despropósito,
na recusa absoluta da escrita.
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