quarta-feira, 14 de junho de 2023

CONDENAÇÃO

Estou condenado a esta época,
a minha cidade e ao meu tempo.

Sigo preso ao meu sangue, 
a vida e a morte,
despido de nome e sorte.

Mas sou único,
como qualquer outro
no mundo.
Um corpo banal,
efêmero e inútil,
que dúvida do quanto
é insignificante.

Estamos todos condenado a existência,
ao acaso, ocaso,
e ao nada,
através de todos os nossos movimentos, sentimentos,
reivindicações e silêncios.

Entre os outros,
inventei inutilmente a mim mesmo
ao longo dos anos,
condenando a uma breve existência
imerso na angústia da finitude,
em um rosto sem realidade.







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