quinta-feira, 21 de novembro de 2019

VERTIGEM PÓS MODERNA



É mais do que evidente a partir da segunda metade do século XX, a desintegração da pretensão pós iluminista de uma racionalidade global e totalizante vinculado a um projeto de emancipação do homem, até então visto como medida de todas as coisas desde da ofuscação racional dos oitocentos. Tamanha ilusão antroprocêntrica deu lugar a uma pluralidade de micro racionalidades  não mais condicionadas a construção de um sujeito do conhecimento ou de um teleológico processo histórico.

O que é menos evidente é a experiência de nosso mais imediato presente. Há uma multiplicidade de tempos dentro do tempo, um indeterminismo e irreducionismo a qualquer tendência totalizante de analise discursiva. É como se a possibilidade de interpretação e construção de sentido ficasse em segundo plano diante do relato raso da simples experiência de existir, de acontecer. Triunfa na contemporaneidade a vertigem do inacabado, do provisório e da verdade do ilusório  na sensação  cada vez mais concreta do abismo como conclusão, do simulacro como realidade bruta do fundo da superfície .

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