É mais do que evidente a partir da segunda metade do século XX, a desintegração da pretensão pós iluminista de uma racionalidade global e totalizante vinculado a um projeto de emancipação do homem, até então visto como medida de todas as coisas desde da ofuscação racional dos oitocentos. Tamanha ilusão antroprocêntrica deu lugar a uma pluralidade de micro racionalidades não mais condicionadas a construção de um sujeito do conhecimento ou de um teleológico processo histórico.
O
que é menos evidente é a experiência de nosso mais imediato presente. Há uma
multiplicidade de tempos dentro do tempo, um indeterminismo e irreducionismo a
qualquer tendência totalizante de analise discursiva. É como se a possibilidade
de interpretação e construção de sentido ficasse em segundo plano diante do relato raso da simples experiência de existir, de acontecer. Triunfa na contemporaneidade a vertigem
do inacabado, do provisório e da verdade do ilusório
na sensação cada vez mais
concreta do abismo como conclusão, do simulacro como realidade bruta do fundo da superfície .
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