A vida na cidade é um viver para
o exterior. A cidade em suas funções e paisagens abriga a diversidade, o fluxo
constante de indivíduos e uma variedade vertiginosa de estratégias de produção de sentido e atividades. O habitante
da cidade esta quase sempre a céu
aberto. O espaço privado, os interiores se acoplam ao cotidiano cidadino quase
como um apêndice da vida publica em suas redes de deslocamentos.
Habitamos pessoas e lugares. As
ruas são como veias abertas no corpo feminino da Urbes que cada vez menos pode
ser definida a partir de qualquer identidade. Sua geografia é o remendo de
diversas referencias territoriais e funcionais desenhadas pelas vias expressas
que nos levam de uma parte a outra. A cidade é nômade. Mesmo que nosso
sedentarismo privado faça parecer o contrário.
A cidade é sempre lugar de
comercio de coisas e pessoas, de fluxos e representações. A cidade é essencialmente movimento. Dentro
dela nos sentimos pequenos, insignificantes na multidão. Sabemos que sempre estamos sendo observados,
reconhecidos pelo enquadramento simbólico e não por quem somos. No espaço
urbano ninguém é ninguém. Tudo é imediata geografia simbólica, espetáculo e
simulacro.
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