segunda-feira, 3 de julho de 2017

AS METAMORFOSES DO REAL

Somos consumidores obesos de informação. Diariamente configuramos e reconfiguramos nossa imagem de mundo através da leitura diária de jornais, telejornais e, cada vez mais, através da  tela do computador, como espelho distorcido da existência coletiva. Informação e opinião importam agora mais do que os fatos.

O mito do conhecimento como artifício de domínio objetivo da realidade foi desmentida pela sua própria realização. Quanto mais sabemos menos somos capazes de entender e mais nos tornamos aptos ao esquecimento coletivo, pois o acontecimento já não marca o compasso do tempo, mas sua própria banalização como devir incontrolável do acontecer humano. A morte do real e a era do hiper real, advogada por Jean Baudrillard, é cada vez mais nítida no horizonte cognitivo contemporâneo.

A questão é  tentar antecipar as novas formas de linguagens e codificações de mundo que  podem emergir neste cenário de virtualização das gramaticas cotidianas. Mesmo que o projeto de uma civilização baseada em coletivos inteligentes e virtuais de Pierre Levy seja  uma aposta demasiadamente otimista. O que parece indiscutível, entretanto, é que a ideia de realidade, mesmo na mais inocente das hipóteses, está mudando.

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