Somos consumidores obesos de
informação. Diariamente configuramos e reconfiguramos nossa imagem de mundo
através da leitura diária de jornais, telejornais e, cada vez mais, através
da tela do computador, como espelho
distorcido da existência coletiva. Informação e opinião importam agora mais do
que os fatos.
O mito do conhecimento como
artifício de domínio objetivo da realidade foi desmentida pela sua própria
realização. Quanto mais sabemos menos somos capazes de entender e mais nos
tornamos aptos ao esquecimento coletivo, pois o acontecimento já não marca o
compasso do tempo, mas sua própria banalização como devir incontrolável do
acontecer humano. A morte do real e a era do hiper real, advogada por Jean
Baudrillard, é cada vez mais nítida no horizonte cognitivo contemporâneo.
A questão é tentar antecipar as novas formas de
linguagens e codificações de mundo que podem emergir neste cenário de virtualização
das gramaticas cotidianas. Mesmo que o projeto de uma civilização baseada em
coletivos inteligentes e virtuais de Pierre Levy seja uma aposta demasiadamente otimista. O que parece indiscutível, entretanto, é que a
ideia de realidade, mesmo na mais inocente das hipóteses, está mudando.
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