O conceito de tempo presente
sempre me pareceu uma questão complexa. Afinal, ele comporta a coincidência
(simultaneidade) de formatações e referências culturais diversas, camadas
de significações e referências que
extrapolam o imediatismo do agora e o tornam contemporâneo de conteúdos
simbólicos e psicológicos que atualizam
passados e, em alguns casos, insinuam futuros. Há uma sincronicidade de tempos
e vivencias no mero acontecer do presente que transcende a linearidade
cronológica. Fato que não deve surpreender ninguém dada a pluralidade de
condições culturais que coabitam em uma mesma época.
Essencialmente, o tempo presente
é devir e movimento de consciência. Como tal ele é ação e não um atributo abstrato
dos fatos . Ele não se identifica com um
conjunto de formatações culturais
efêmeras e “presentistas” que em hipótese definiriam a contemporaneidade
como ethos de uma determinada época. Afinal, ele também atualiza e dialoga com
o passado.
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