Eu vos ensino o
super-homem. O homem é algo que deve ser superado. Que fizestes para
superá-lo?” – Nietzsche, Assim Falou Zaratustra, p. 13
Aprendemos com Nietzsche sobre a
impossibilidade da morte de deus sem a superação da forma homem. Este estranho campo
de batalha entre apetites diversos que agora se desfaz vitima da violência de
seu próprio devir.
Superar ideias fechadas, os
conceitos-prisões que definem os humanismos e o orgulho das conquistas da
civilização. O pensar racional e conformista é feito de enunciados abstratos
que estabelecem a ilusão de domínio sobre a realidade. Tudo que é compreensível
e explicável é domesticado. Reduzimos a complexidade dos fenômenos a formulas
simples e, assim, tomamos por resolvido o problema que é o mundo. Triste ilusão.
Pois nos escapa a própria vertigem e absurdo de nossa condição humana e apenas
inventamos uma realidade antropomórfica.
Mas o que nos espera além de toda
consciência legada pela civilização? Talvez a reinvenção do corpo e dos sentido
sem o peso do pensar metafisico baseado na
verdade objetiva que nos divorcia da concretude de nossa existência finita em nome da ideia, dos conceitos, do contra-natural. É preciso que nossa ideia de
realidade seja de algum modo mortalmente abalada para que este animal malfeito
que é homem seja finalmente transcendido.
Sabemos que o humanismo é um
conceito recente e demasiadamente moderno e, portanto, perecível.
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