quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

FATO E MEMÓRIA

Observo os círculos que uma gota inventa na superfície serena do lago como se fosse o tempo acontecendo em torno do fato do meu nascimento.

O tempo é eterno retorno e esquecimento, enquanto experiência concreta da existência, não uma linha de fatos encadeados em direção ao nada como passamos a imagina-lo depois do seculo XVIII.

O tempo é a medida do inconsciente e se define na sucessão de gerações pelo esquecimento. A seletividade do que é lembrado não depende apenas do vestígio, mas da intensidade de nossas vivencias, de seu impacto passional, impessoal. É ele que define sua conversão a memoria e apropriação consciente como fato histórico.
O passado só é lembrado quando se torna uma presença que nos diz algo sobre o presente.


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