quinta-feira, 22 de setembro de 2016

LEITURA E INTERPRETAÇÃO

O ato da leitura, tal como o da escrita, é uma atividade criativa. A interpretação de um texto literário, sua re codificação como experiência do leitor, é uma reinvenção ou recomposição daquilo que é lido e não a simples e passiva atividade assimilativa de uma narrativa.

 Um texto literário deve nos dizer algo tanto quanto nos permitir uma leitura de nós mesmos de uma perspectiva não ordinária. Ou seja, ele não é “informativo”, mas “simbólico”, no sentido em que nos revela alguma coisa que transcende o que é simplesmente dito.

Eis o que nos proporciona a interpretação: a possibilidade de redimensionar uma narrativa a ponto de incorpora-la  a nossa própria experiência vivida através de uma  projeção psicológica.

Quando uma obra nos provoca uma releitura de nossa própria experiência do real, quando nos identificamos com seu conteúdo simbólico e imagético a ponto de dramatiza-lo no plano de nossos dilemas e emoções intimas, ampliamos nosso campo de significações e codificações do real.

Assim sendo, a leitura tem, em certa medida, um efeito passional ou afetivo, e nos leva a experiência de imagens e ideias das quais já “participamos”. Diria que geralmente nos interessamos por autores que nos dizem algo que responde as nossas inquietudes. 


Ler é uma forma de evasão...                                                                                                      

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