Há limites à intencionalidade da consciência, a matéria subjetiva através
da qual apreendemos os objetos e situações cotidianas, criando a ilusão de que
o mundo existe tal como percebemos, ou, que existe uma correspondência direta e
simples entre a consciência e as coisas.
Sem querer trilhar os caminhos de
qualquer fenomenologia cabe aqui apenas insistir na ilegibilidade do mundo e no
desaparecimento do real como premissa de nosso sentimento e apreensão da
realidade em termos contemporâneos.
A perda da capacidade de apreender e, consequentemente, compreender, é
um sintoma de nossa cultura contemporânea saturada pela informação que se
inventa e reinventa a ponto de substituir o fato, seguindo aqui uma linha de
raciocínio de Jean Baudrillard.
O problema do real é um dos mais cruciais em uma sociedade onde o domínio
da opinião tornou virtualmente acessível ao mais ignorante dos indivíduos e
onde toda informação pode propagar pelo
mundo inteiro através do ciber espaço sendo
replicada até tornar-se uma “verdade”
coletiva independente da qualidade da consciência individual e seu bom senso ao
recepta-la.
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