Poucas vezes na vida temos a oportunidade de surpreender algum encanto de realidade que nos ofereça um bom sentimento de existência ou a confortável ilusão de uma felicidade qualquer.
Mas provar, mesmo que uma única vez, a existência com “intensa significância” é uma exigência da aventura humana. Precisamos cultivar boas lembranças, saber que em algum momento de nossas miseras vidas fomos felizes. Não importa o quão fútil seja a motivação de tal encanto ou sua perenidade.
O ironicamente relevante é observar que tal "encantamento" não se dá em função de qualquer qualidade objetiva dos fatos aos quais atribuímos esse significado mágico, normalmente eles não passam de mera banalidade. Sua numinosidade provém de idealizações ou projeções irracionais.
Poder-se-ia aqui falar de uma espécie de mito da felicidade perdida que carregamos dentro de nós mesmos a espera de um receptáculo qualquer.
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