A filosofia do segundo Wittgenstein pressupõe uma definição “complexa”... Segundo o próprio autor ela personifica a luta contra o enfeitiçamento de nosso entendimento pelos meios de nossa linguagem. Não possui, assim, uma função positiva, ou seja, a elaboração de uma concepção própria da existência ou do universo. Também não aspira a uma teoria da lógica ou da linguagem.
A filosofia, tão somente, coloca as coisas tal como são, não explica ou conclui nada. Assim, desempenha tão somente uma função terapêutica, ou seja, a de livrar os filósofos de seus problemas mediante a tomada de consciência dos seus preconceitos gramaticais.
Trata-se aqui, ao mesmo tempo, de uma retomada da filosofia critica de inspiração kantiana e de uma ruptura com o que convencionalmente se entendeu ao longo de toda tradição filosófica ocidental por filosofia...
Através da percepção de “ jogos de linguagem” Witgenstein tornou possível uma superação do método filosófico clássico assentado em definições, hipóteses, teorias e provas.
De certa maneira, sua filosofia é um sintoma da exaustão da tradição filosófica que se identifica, direta ou indiretamente com a tradição da modernidade e suas meta narrativas. A filosofia proposta pelo segundo Wittgenstein mais se aproxima da expressão artística e da experiência imediata da biográfica e socialmente vivida do que da racionalidade moderna configurada pelo modelo cognitivo das ciências naturais...
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