segunda-feira, 20 de julho de 2009

SEXO,DROGAS E ROLLING STONES



“ Quando vem até você outros caras, mais jovens, você percebe que é apenas parte de uma longa procissão de trovadores e menestreis e contadores de histórias que existe desde sempre. De certo modo, você tem a sensação de que faz parte de uma estranha fraternidade. Só que ninguém tem carteirinha. Não existem apertos de mão secretos.Mas você sente uma sensação maravilhosa de continuidade que se estende até o passado pelas brumas do tempo.E você é apenas um daqueles caras que contaram uma história e trouxe felicidade as pessoas, e cantou sua música, e eles cuidaram bem de você pelo prazer que receberam.
Keith Richards, Uncult, janeiro de 2002.

“Não tenho responsabilidade alguma em relação a quem quer que seja Nunca falei por uma geração, mas somente em meu nome. Não sou um homem político, não fui eleito para cumprir uma função ou para trabalhar pelo interesse coletivo. Minha única responsabilidade é no palco, para com o público: que ele ouça bem ( o show ), que ele assista a um bom espetáculo, e que esteja em segurança. O resto não me concerne. Não é porque estou no palco que eu devo ser um porta-voz. Se os Stones algum dia tiveram uma importância política, foi pela causa do sexo. Fazer campanha pela liberação sexual nos anos 60 era um ato político.”
Mick Jagger, Lui, setembro de 1996.


( In Jose Emilio Rondeau, Nélio Rodrigues. Sexo, Drogas e Rolling Stones: Histórias da banda que se recusa a morrer. RJ: Agir, 2008, p. 337 )

Escrito por Jose Emilio Rondeau e Nelio Rodrigues, SEXO, DROGAS E ROLLING STONES, já pode ser considerado uma obra clássica na extensa biografia sobre cultura popular, música e século XX. Ao investigarem a trajetória da maior banda de rock clássica ainda em atividade, cabe alertar que o livro dá uma especial atenção as várias passagens, seja em shows ou em visitas individuais de seus membros, ao Brasil. Mas também oferece com competência um panorama geral da carreira da mega banda através de uma periodização que abrange os anos iniciais entre 1962 e 1965, a maturidade alcançada entre os sombrios anos de 1966 e 1970, a consagração absoluta entre 1971 e 1976, o quase fim entre 1977 e 1988 e a surpreendente contemporaneidade entre 1989 e 2007.
Trata-se, obviamente, de uma narrativa mais descritiva do que analítica, voltada especialmente para os fatos relevantes e curiosos acumulados ao longo dos 47 anos de carreira dos Stones.
Mas mesmo tratando-se de um ensaio biográfico, evidentemente, o livro nos fornece bons subsídios para avaliar e pensar o lugar dos Rolling Stones na ainda jovem história do rock and roll e principalmente da evolução clássica do rock britânico.
Pessoalmente, eu diria que entre Beatles e Who, os Stones são uma das princiapais matrizes elementares do rock britânico em sua formula clássica. Em seu caso, a musicalidade do novo estilo ainda é direta e radicalmente condicionada as suas raízes no blues e R&B resultando em um rock mais primitivo e cru que fala mais diretamente ao corpo do que a sentimentos e pensamentos.

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