De um modo geral, na mitologia das origens surgida na Grécia arcaica, Eros apresenta-se como o grande principio motor e ordenador do cosmos, uma força que impele e que move. Na Teogonia de Hesíodo, podemos observa-lo como um impulso vital, uma espécie de “principio de ligação” capaz de imobilizar e despir de sua divindade o próprio Zeus levando-o a assumir a forma de animais como o cisne ( para seduzir Leda) ou de um touro ( rapto de Europa).
Segundo Diotima de Mantineia no Banquete de Platão, Eros não é propriamente um deus, mas um poderoso daimon, um gênio mediador entre a realidade dos deuses e dos mortais.
Essa imagem arcaica de Eros me parece ter inspirado Jung na definição do binário Anima/Animus, uma vez que é justamente como “principio de ligação” que o feminino é definido por ele enquanto grandeza psíquica. Em contrapartida, o principio masculino, identificado a Logos, parece remeter ao advento da Filosofia e a transcendência do mito.
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