quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

CRÔNICA RELÂMPAGO XIX


Gostamos de imaginar que estamos sempre em algum preciso ponto de nossas vidas.
Como se os passados todos pudessem ser organizados em torno do momento presente, definindo um teleológico processo de continuidade biográfica. Mas nada é mais ilusório do que esta hipotética totalidade definidora do agora de nossa presença no mundo. O tempo, em verdade, quase não existe como cumulativa experiência de nós mesmos. Somos o contraditório “outro” de uma sucessão de “eus” que se perderam ao acontecer... Somos um vácuo entre o que foi e o que será em nossas ausências.

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