Alquimia e a imaginação ativa reúne seis palestras da Dr. Marie Louise von Franz realizadas no Instituto C G Jung em Zurique durante os meses de janeiro e fevereiro de 1969.
Para explorar este complexo tema a autora toma como base a obra de Gehard Dorn, medico e alquimista que viveu no sul da Alemanha na segunda metade do séc. XVI. Trata-se de um discípulo de Paracelso que contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da farmacologia.
Vale lembrar que a partir do séc. XVII a alquimia ocidental diluiu-se na consciência cristã perdendo sua base empírica enquanto filosofia da matéria e da natureza. A partir de então gradativamente ela reduziu-se a uma espécie de ensinamento moralista e relegado ao obscurantismo do ocultismo moderno. Em Dorn, ao contrário, ainda podemos encontrar a tendência inerente à tradição da alquimia ocidental de funcionar como uma vertente compensatória e subterrânea com relação ao cristianismo ortodoxo problematizando suas contradições e limitações..
Como observa a autora, por exemplo :
“... As questões do feminino e do corpo eram enormes problemas para Dorn, e seu plano consciente era, para falar cruamente, o mesmo que castrar a alquimia , como o fizeram mais tarde os franco maçons e os rosa cruzes, e torná-la artificialmente ajustada em sua weitanschauung. Assim, ele era, de certa forma, um daqueles pecadores. Por outro lado, uma genuína fascinação ainda o movia e, como medico e farmacologista, continuava com seus experimentos, portanto, não teve êxito em simplesmente pensar sobre a tradição alquímica e alicerça-la num tipo de visão cristã convencional, ele ficou atolado no conflito, que nunca conseguiu resolver embora tivesse tentado todos os caminhos. ( ...) como medico ele não podia, como fez o pároco Andréa, ignorar por completo o aspecto material do homem, isto é, o corpo e a vida real.”
( Marie Louise von Fran. Alquimia e imaginação Ativa, SP: Cultrix, s/d; p. 39)
Em um capitulo de sua obra “ A Filosofia Especulativa” intitulada “conversação por cujo intermédio o Animus tenta atrair para si o corpo e a alma”, encontramos um dialogo dramático cujo a forma, segundo von Franz, se aproxima do que hoje chamamos de imaginação ativa. Os protagonistas deste dialogo são S- o Spiritus, A- a Anima, C- o Corpo; e F- o Amor Filosófico. Como elucida a autora em outro momento:
“Resumidamente, pode-se ver que Dorn concebe quatro elementos no trabalho interior de unificação e três estágios ou graus. Os quatro elementos são Spiritus, Anima, Corpus e Cosmos. No inicio, Spiritus e Anima se unem, e transformam-se em Mens. A seguir, Mens e Corpus se unem e se convertem em Vir unus e, finalmente, na morte, o vir unus une-se ao universo, embora não em sua forma visível, mas como unus mundus, seu background potencial, invisível.
( idem p.152)
Para explorar este complexo tema a autora toma como base a obra de Gehard Dorn, medico e alquimista que viveu no sul da Alemanha na segunda metade do séc. XVI. Trata-se de um discípulo de Paracelso que contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da farmacologia.
Vale lembrar que a partir do séc. XVII a alquimia ocidental diluiu-se na consciência cristã perdendo sua base empírica enquanto filosofia da matéria e da natureza. A partir de então gradativamente ela reduziu-se a uma espécie de ensinamento moralista e relegado ao obscurantismo do ocultismo moderno. Em Dorn, ao contrário, ainda podemos encontrar a tendência inerente à tradição da alquimia ocidental de funcionar como uma vertente compensatória e subterrânea com relação ao cristianismo ortodoxo problematizando suas contradições e limitações..
Como observa a autora, por exemplo :
“... As questões do feminino e do corpo eram enormes problemas para Dorn, e seu plano consciente era, para falar cruamente, o mesmo que castrar a alquimia , como o fizeram mais tarde os franco maçons e os rosa cruzes, e torná-la artificialmente ajustada em sua weitanschauung. Assim, ele era, de certa forma, um daqueles pecadores. Por outro lado, uma genuína fascinação ainda o movia e, como medico e farmacologista, continuava com seus experimentos, portanto, não teve êxito em simplesmente pensar sobre a tradição alquímica e alicerça-la num tipo de visão cristã convencional, ele ficou atolado no conflito, que nunca conseguiu resolver embora tivesse tentado todos os caminhos. ( ...) como medico ele não podia, como fez o pároco Andréa, ignorar por completo o aspecto material do homem, isto é, o corpo e a vida real.”
( Marie Louise von Fran. Alquimia e imaginação Ativa, SP: Cultrix, s/d; p. 39)
Em um capitulo de sua obra “ A Filosofia Especulativa” intitulada “conversação por cujo intermédio o Animus tenta atrair para si o corpo e a alma”, encontramos um dialogo dramático cujo a forma, segundo von Franz, se aproxima do que hoje chamamos de imaginação ativa. Os protagonistas deste dialogo são S- o Spiritus, A- a Anima, C- o Corpo; e F- o Amor Filosófico. Como elucida a autora em outro momento:
“Resumidamente, pode-se ver que Dorn concebe quatro elementos no trabalho interior de unificação e três estágios ou graus. Os quatro elementos são Spiritus, Anima, Corpus e Cosmos. No inicio, Spiritus e Anima se unem, e transformam-se em Mens. A seguir, Mens e Corpus se unem e se convertem em Vir unus e, finalmente, na morte, o vir unus une-se ao universo, embora não em sua forma visível, mas como unus mundus, seu background potencial, invisível.
( idem p.152)
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