Na Vita Merlini (1135) cuja autoria é atribuida a Geoffroy de Monmouth, Merlim surge como o rei de Demetae ( Dyved-Pais de Gales) que enlouquece diante dos horrores da guerra refugiando-se na floresta da Caledônia ( Velyddon, no sul da Escócia).
Isolado torna-se vidente e profeta assistido por sua irmã Ganeda que lhe constroi um palácio de setenta portas e setenta janelas de onde pode dedicar-se a observação dos astros. O texto é perpassado por suas profecias sobre o futuro da Bretanha.
Este curioso “Merlim Silvestre” encontra-se mais próximo do imaginário pagão do que o “filho do diabo” de Robet de Boron, mas ambos compartilham símbolos comuns. Alguns dos mais significativos são a errância, a ocorrência em ambas narrativas do episódio de previsão de uma trípice morte onde o riso anuncia a vidência associando-se ritualisticamente a ela como um sinal irreverente.
Julgo inútil aqui especular sobre as possíveis fontes comuns utilizadas pelos dois autores; parece-me mais interessante apontar para a definição do mito a partir de certas imagens centrais e configuradoras que levou a tradição a associar a personagem de Merlim a enigmática figura do deus gálico conhecido como Cernunnus ( o cornudo) representado com galhos de cervídio, por exemplo, na bacia de Gundrestup, onde aparece rodeado por diversos animais e serenamente imóvel em posição búdica em uma cena fantástica cujo o pleno significado hoje nos escapa. Sobre Cernunnus, seguro dizer que era um deus da natureza e da floresta possivelmente associado ao Nemeton ( bosque sagrado) do imaginário druidico. Deus das metamorfoses e do renascimento, em alguns aspectos, aproxima-se do mercúrio alquímico e não é realmente difícil entender as razões especulativas que o fizeram ser associado a Merlim....
Isolado torna-se vidente e profeta assistido por sua irmã Ganeda que lhe constroi um palácio de setenta portas e setenta janelas de onde pode dedicar-se a observação dos astros. O texto é perpassado por suas profecias sobre o futuro da Bretanha.
Este curioso “Merlim Silvestre” encontra-se mais próximo do imaginário pagão do que o “filho do diabo” de Robet de Boron, mas ambos compartilham símbolos comuns. Alguns dos mais significativos são a errância, a ocorrência em ambas narrativas do episódio de previsão de uma trípice morte onde o riso anuncia a vidência associando-se ritualisticamente a ela como um sinal irreverente.
Julgo inútil aqui especular sobre as possíveis fontes comuns utilizadas pelos dois autores; parece-me mais interessante apontar para a definição do mito a partir de certas imagens centrais e configuradoras que levou a tradição a associar a personagem de Merlim a enigmática figura do deus gálico conhecido como Cernunnus ( o cornudo) representado com galhos de cervídio, por exemplo, na bacia de Gundrestup, onde aparece rodeado por diversos animais e serenamente imóvel em posição búdica em uma cena fantástica cujo o pleno significado hoje nos escapa. Sobre Cernunnus, seguro dizer que era um deus da natureza e da floresta possivelmente associado ao Nemeton ( bosque sagrado) do imaginário druidico. Deus das metamorfoses e do renascimento, em alguns aspectos, aproxima-se do mercúrio alquímico e não é realmente difícil entender as razões especulativas que o fizeram ser associado a Merlim....
Nenhum comentário:
Postar um comentário