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EVASÃO
Não presto atenção
aos cenários dos meus labores.
Sonho montanhas enevoadas
acima da dança dos arvoredos
em qualquer lugar distante
dentro de mim.
A realidade imediata
quase não existe
em suas incertezas,
tumultos e túmulos.
Exploro em emoção sem brilho
as vastidões infinitas
do meu intimo vazio.
NADA E COTIDIANO
Cai sem sentido ao chão
um copo vazio.
Um copo que de repente
não mais existe
e dá vida a cacos inertes
sobre um carpete imundo.
Tudo não passa
de uma caseira banalidade
sem consequências,
algo indigno do título de acontecimento.
Entretanto,
no acaso do copo e dos cacos
vislumbro toda profundidade
do incômodo significado
do NADA
nos pedaços dos meus eus dispersos
no ocaso de alguma vã filosofia.
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