segunda-feira, 20 de agosto de 2007

CRÔNICA RELÂMPAGO IV



Mesmo o mais banal e ralo senso comum intui que a biografia de cada um de nós acontece através de sucessivos ciclos ou momentos ontológicos. Cada período de nossas vidas parece realmente governado por determinados temas e vivências específicas. Podemos às vezes, em algum instante, nos darmos conta, entretanto, do esgotamento de dado período, embora permaneçamos prisioneiro dele, de suas rotinas e questões cotidianamente vividas. Surge, então, certo sentimento de estagnação e vazio; algo que nos lembra ou nos cobra internamente que o movimento e o fluir de todas as coisas é a condição natural da vida humana e absolutamente nada é permanente.
A verdade é que tudo parece desandar quando nos surpreendemos presos a contextos aparentemente imutáveis. Mudar, transformar-se nas coisas, buscar situações e experiências novas é como respirar, um imperativo da natureza cujo propósito e finalidade ignoramos. Apenas sabemos de nossa insaciável inquietude e incompletude ontológica.

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