quarta-feira, 8 de outubro de 2014

COTIDIANO

Sigo remendando a existência,
E rasgando a vida.
As vezes, confesso,
Tropeço em meus próprios passos
E caio em minha sombra
Com o coração quebrado.


O TEMPO

O tempo se perde em todas as partes
Acabando aos poucos com a gente,
Desfazendo atos e vontades,
Minguando afetos e sentimentos.
O tempo passa,
Suplanta tudo e todos.
Mas nunca envelhece,
Nunca muda.
É sempre pura e simplesmente

Tempo...

terça-feira, 7 de outubro de 2014

QUALQUER PALAVRA

Qualquer palavra para mudar o dia,
Qualquer grito...
É tudo de que preciso
No impreciso de  mim mesmo.
Não importa  se a tarde esta linda
Ou como passo as horas.
Não importa .

Ontem foi cedo,
Hoje já  é tarde
E o amanhã não existe.

Só quero agora
Encontrar a palavra certa
Para dizer minha sina.


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

PARA ALÉM DO SER OU NÃO SER

Enquanto brincamos de Ser ou não Ser qualquer coisa,
apenas existimos e pouco vivemos.
A vida não está nas opções que nos são impostas.
Viver transcende a falácia das escolhas.
É um ato rebelde de imaginação,
Um desafio que torna
Virtual a ilusão.


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A REALIDADE

A realidade é sempre maior do que nossas opiniões sobre ela.
Nunca cabe em  convicções,
Emoções e afetos.

A realidade
É tudo aquilo
Sobre o que não temos controle
E desafia nosso conhecimento.

Já a verdade
É tudo aquilo
Que ingenuamente esperamos da realidade.


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

PÓS IDENTIDADE

Não sei o que de mim fica
Neste rálo instante,
Não sei se sou
Ou se me desfaço.
Quase não me vejo
No tempo e no espaço.
Prefiro seguir o caminho do outro
E apagar os vestigios

Do meu rastro.

domingo, 21 de setembro de 2014

AFORISMA SOBRE O EFÊMERO

A vida parece, as vezes, um filme mudo em preto e branco onde os gestos  e o olhar falam mais do que o possível de qualquer palavra.

A vida, as vezes, é como um teatro mágico de consciência e signos que não cabe em qualquer definição de humanidade.
É só poesia  e aventura na profunda superficialidade de um simples e desproposital instante.


terça-feira, 16 de setembro de 2014

SIMULACRO E SIMULAÇÃO

Os simulacros são experiências, códigos e objetos sem referência que se apresentam mais reais do que a própria realidade, ou seja, eles representam uma espécie de “hiper-realidade”. Desta forma não é uma oposição entre o real e o irreal que sugere o conceito de simulacro, pelo menos tal como utilizado por Baudrillard, ele afirma a desrealidade, uma perda de substância ou de significação dos signos, que leva a uma aproximação radical entre o metafórico e o real.


Trata-se, assim, de um esvaziamento do conceito de realidade onde todas as nossas possíveis codificações e discursos de mundo caem no vazio de uma objetividade que é sua própria paródia em um jogo de metamorfoses entre sentido e não sentido definido por nossas trocas simbólicas.

DESCUBRA SEU DETETIVE INTERIOR

Qualquer leitor de Sherlock Holmes sabe que o mais elementar em qualquer investigação é aprender a ver aquilo que simplesmente está diante dos olhos. São os detalhes que  definem a realidade.

Reaprender  a apreensão cognitiva do real diande de um cenario existencial onde o quadro geral  tornou-se insuficiente para uma leitura satisfatória do mundo é agora, de modo similar, um desafio que se apresenta ao indivíduo contemporâneo.

Se nosso modo de saber a realidade é  formatado pelos valores e configurações sociais da sociedade em que nascemos e crescemos, a critica cotidiana do nosso ser social nos adestra na delicada arte  de enxergar mais do que aquilo que nossas gramaticas de mundo permitem apreender.

Cabe hoje aqueles que aceitam o desafio do pensamento livre adentrar o labirinto dos emblemas e sinais  enterrados nos subterrâneos do mais simples cotidiano.  A título de exemplo, o modo peculiar como cada pessoa  fala, o timbre de sua voz e suas sutís variações, definém mais uma pessoa do que seus discursos e convicções.


A teatralidade de um ser humano é reveladora sobre o abstrato e vago exercício da condição humana. 

domingo, 14 de setembro de 2014

MICROFÍSICA DA FELICIDADE

Sentir-se bem e pleno
é realizar sua máxima subjetividade
Em todas as coisas do dia a dia.
Logo, felicidade é uma palavra vazia.

Cada um lhe impõe os significados
Que bém entende
No desafio de uma paz permanente,
De uma alegria que mesmo quando oscila,
Jamais se perde

E não depende da falácia de uma vida perfeita.