que recusam o texto,
a imagem e o gesto.
Em silêncio,
os olhos já não enxergam.
Apenas sabem ver e esquecer.
São capazes de crer,
mas ignoram o saber
e desistiram, de vez, de compreender o mundo ou buscar sentido.
Há olhos a deriva na tela
perdidos em seu próprio silêncio,
fugindo ao vazio da escrita e ao determinismo do verbo.
Mudos seguimos
entre o silêncio dos olhos
e os ruídos do mundo
despidos de compreensão
e de qualquer sentido
que nos embriague de razão.