terça-feira, 23 de abril de 2019

SOBRE OPINIÕES E SILÊNCIOS

Portar uma opinião não é expressar uma identidade, mas replicar qualquer conclusão impessoal que capturou a palavra que nos frequenta.


O que realmente importa, nossas dúvidas e angústias, reservamos ao silêncio. Mas são elas que de fato nos definem como coletividade, como um transitório estado de coisas, como corpos espalhados em uma paisagem.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

CORPO E VIDA


A medida da vida é o corpo.
Apenas o corpo.
Ele é o interior e o exterior do meio.

Tudo se resume ao acontecer do corpo.
Diante dele, a consciência é mero detalhe,
Um acontecimento secundário
Nessa estranha incerteza que é a existência.


CORPO E CONSCIÊNCIA



A consciência é como o oco do corpo,
Aquilo que torna o impossível possível
E toda ação um ato de criação.
O corpo transcende a espécie.
Ele é um meio em meio as coisas,
A extensão é expansão permanente
Através do pensamento.

segunda-feira, 8 de abril de 2019

ALÉM DO SUJEITO

A constituição do si não conduz a noção de um  sujeito autoconsciente, mas a de singularidade. Não há fronteira entre o individual e o coletivo, entre o orgânico e o não orgânico, na construção social da subjetividade como uma economia de afetos, como uma ambientação que inventa o mundo como um caos essencial, como um fluir de coisas que ultrapassa qualquer ilusão de uma ordem universal. Ser é um ponto de encontro de indeterminações...

domingo, 7 de abril de 2019

FILOSOFIA DO INSTANTE


O VAZIO DO EU

O eu que serve a palavra não habita o corpo. Simula sua própria existência e não se define como singularidade.

Ele não é o rosto. Não é a memória. Mas um sentimento de mundo, uma angústia de não ser, de saber a vida e não viver em tudo que existe.

sexta-feira, 5 de abril de 2019

SOBRE O FAZER DE SI COMO UMA DESCONSTRUÇÃO DE SI MESMO


O fazer de si acontece como um fluir que se faz através de diálogos e composições. Significar as coisas é um processo constante de encontros e associações que estruturam experiências e memórias. Cada um de nós acontece neste processo de reunião de coisas diversas. Por isso, não considero a experiência de si não como algo pessoal, mas um arranjo sempre provisório definido pelo modo como experimentamos o vivido e suas prévias codificações. Trata-se de um trabalho poético ou, dito de outra maneira, da aventura de uma poética da existência.
Tudo começa com um profundo estranhamento de si mesmo e de tudo aquilo que naturalizamos e tornamos familiar.

quinta-feira, 4 de abril de 2019

O LIMITE DO AGORA


O limite que nos prende ao presente é nosso próprio modo de pensamento, nosso comportamento mais ordinário, nossas urgências e todas as possibilidades de expressão.

O limite se confunde com nossas ações, com nossas interdições. Ele é a própria busca do novo sob velhas premissas.

O limite é sempre a identidade, o eu, o nós e a sociedade atual.