segunda-feira, 8 de abril de 2019

ALÉM DO SUJEITO

A constituição do si não conduz a noção de um  sujeito autoconsciente, mas a de singularidade. Não há fronteira entre o individual e o coletivo, entre o orgânico e o não orgânico, na construção social da subjetividade como uma economia de afetos, como uma ambientação que inventa o mundo como um caos essencial, como um fluir de coisas que ultrapassa qualquer ilusão de uma ordem universal. Ser é um ponto de encontro de indeterminações...

domingo, 7 de abril de 2019

FILOSOFIA DO INSTANTE


O VAZIO DO EU

O eu que serve a palavra não habita o corpo. Simula sua própria existência e não se define como singularidade.

Ele não é o rosto. Não é a memória. Mas um sentimento de mundo, uma angústia de não ser, de saber a vida e não viver em tudo que existe.

sexta-feira, 5 de abril de 2019

SOBRE O FAZER DE SI COMO UMA DESCONSTRUÇÃO DE SI MESMO


O fazer de si acontece como um fluir que se faz através de diálogos e composições. Significar as coisas é um processo constante de encontros e associações que estruturam experiências e memórias. Cada um de nós acontece neste processo de reunião de coisas diversas. Por isso, não considero a experiência de si não como algo pessoal, mas um arranjo sempre provisório definido pelo modo como experimentamos o vivido e suas prévias codificações. Trata-se de um trabalho poético ou, dito de outra maneira, da aventura de uma poética da existência.
Tudo começa com um profundo estranhamento de si mesmo e de tudo aquilo que naturalizamos e tornamos familiar.

quinta-feira, 4 de abril de 2019

O LIMITE DO AGORA


O limite que nos prende ao presente é nosso próprio modo de pensamento, nosso comportamento mais ordinário, nossas urgências e todas as possibilidades de expressão.

O limite se confunde com nossas ações, com nossas interdições. Ele é a própria busca do novo sob velhas premissas.

O limite é sempre a identidade, o eu, o nós e a sociedade atual.




terça-feira, 2 de abril de 2019

BREVE MANIFESTO DA POESIA DA VIDA

Meus ditos  já não dizem o mundo.

Já aprendi a deriva da escrita,
que o enunciado não se confunde com a frase. 

Conheci os afetos  que inventam  palavras
Onde silêncios despem meus  atos
Para reinventar os fatos.

Agora nos meus discursos,
o dito não se reduz ao dizivel.
Tornou-se impossível
Qualquer debate.

segunda-feira, 1 de abril de 2019

UM ECO DE INFÂNCIA


Espero sempre ter diante da vida a inocência de uma criança,
Um misto de inconsequência e prudência.
Fazer de tudo experiência
aventura,
Com uma irreverente pitada de delinquência.

Que nada seja previsível,
Pré definido por convicções baratas.
Que tudo seja absurdo, intenso,
Como uma obra de arte.
Quero em tudo que eu veja
Um brilho de liberdade.

O FUTURO NÃO SERÁ HUMANO

Impomos ao mundo às formas humanas, nossas fantasias coletivas de verdade.

Rejeitamos a experiência da natureza crua em nome da ilusão das civilizações.

Toda história humana tem sido uma recusa do mundo, um delírio de transcendência.

Submetemos a existência aos caprichos de nosso intelecto imodesto. Apenas para nos tornamos escravos de nossos próprios artifícios.

Agora somos a principal ameaça a nossa própria sobrevivência. Não há mais futuro dentro de qualquer forma de "humanismo".