Não são nossas escolhas que formatam nossa trajetória
biográfica, mas nossas renuncias. É a soma de tudo aquilo de que abdicamos, de
todos os potenciais não desenvolvidos, de tudo que foi reprimido e esquecido
como possibilidade de nós mesmos, que explicam o que ou quem nos tornamos.
E esse processo sistêmico de inibições, de
atrofias, é definido antes de tudo pela educação que recebemos e a forma como
reagimos a ela. Em segundo lugar é definida pelos limites e possibilidades que
um determinado meio social e cultural nos oferece.
A identidade é, portanto, antes de tudo uma
falta, uma ausência. Somos também naquilo que deixamos de ser.