Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
O QUE OU QUEM SOU EU?
Viver é exteriorização constante
e não um movimento em direção a uma abstrata identidade e egoica.
A vida é um modo de perder-se nas
coisas e situações. É o fato de a todo instante surpreender um outro em si
mesmo como linguagem e consciência.
Afinal, quem sou eu?
O que sou eu?
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
ESCREVER...
Ainda que eu seja menor do que as palavras que diariamente inventam minha vida, sei que meu dizer é infinito. Jamais esgotarei as possibilidades do branco da folha. Mas sempre estarei tentando, através de cada novo enunciado, dizer o indizível, o insustentável e insuportável, que dorme no fundo do discurso. Aquele significado quase ilegível que me escapa na aventura de cada verso ou linha.
Quero do real atingir a nervura onde o vazio do ser da linguagem se confunde com a aventura do meu próprio corpo transfigurado em literatura.
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018
O SENTIDO DE NOSSAS PALAVRAS
Palavras náufragas tentam reinventar
a vida,
Redefinir o mundo,
Mas escrevem apenas silêncios.
É como se nada mais pudesse ser
dito.
Pois há uma ausência crescente em
nosso dizer das coisas,
Um tedio de sentido que tudo
reduz a informação.
O dizer do mundo nos escapa através
de delirantes representações,
Enquanto enunciados à margem da
verdade povoam nossa imaginação.
Já não sabemos o que somos,
O que seremos,
LINGUAGEM E EXISTÊNCIA
Cada um deve criar sua cota
pessoal de significados para orientar-se no mundo, inventar sua própria
linguagem no plano da imanência e do cotidiano. Imagens de pensamento não são pressupostos apenas do saber filosófico,
mas algo inerente a própria existência através do exercício da linguagem. Existir,
tornar-se um indivíduo, é a aprender a dizer o mundo a sua maneira, de uma forma cada vez mais rica e complexa.
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018
O TEMPO NOS OLHOS
Os anos não inventam o tempo.
Fazem acontece a vida,
O vazio e o mundo
Dentro da gente.
Mas todos os fatos juntos
Não me definem o rosto.
Meus olhos criam espaços,
Alimentam silêncios e vazios...
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018
GATOS E PÓS ESTRUTURARISMO
Gatos combinam com boa filosofia.
São animais profundamente intuitivos, curiosos e elegantes. São excelentes
observadores e guardam no olhar aquele brilho enigmático que parece desafiar a própria
realidade ...
Gatos possuem formas sofisticadas
de subjetivação. Combinam com filósofos pós estruturaristas...
A AUSÊNCIA QUE SOMOS NÓS
Em seu ensaio intitulado Nudez, Giorgio Agamben nos oferece
uma reflexão interessante sobre a obsessão pelo rosto em detrimento do corpo:
“ Na nossa cultura, a relação rosto/corpo é marcada por uma assimetria
fundamental, que quer que o rosto permaneça sempre mais nu, enquanto o corpo
está por norma coberto. A esta assimetria corresponde um primado da cabeça, que
se manifesta dos modos mais variados, mas que permanece mais ou menos constante
em todos os âmbitos, da politica ( na qual o titular do poder é chamado de
capo) à religião ( a metáfora cefálica de Cristo em Paulo), da arte ( na qual
se pode representar a cabeça sem corpo- o retrato- mas não- como é evidente no ‘nu’-
o corpo sem cabeça)à vida cotidiana, na qual o rosto é por excelência o lugar
da expressão. Isso aparece confirmado pelo fato de que, enquanto as outras
espécies animais apresentam muitas vezes
precisamente no corpo os signos expressivos mais vivos ( os acelos da
pele do leopardo, as cores flamejantes das partes sexuais do mandril, mas também
as asas da borboleta e a plumagem do pavão), o corpo humano é singularmente
desprovido de traços expressivos.”
(Giorgio Agamben. Nudez. Tradução: Davi Pessoa Carneiro, 1º
reimpressão. BH: Autentica Editora, 2015, p.126)
O rosto humano é uma paisagem desconcertante.
É ela que define nossa noção de pessoa, a identidade de alguém, de um modo mais
imediato e direto. O rosto expressa como nos sentimos. Ao mesmo tempo, entretanto, o rosto é
dissimulação, ilusão do eu, ao proporcionar a ideia de uma falsa profundidade
que nos leva a acreditar demasiadamente em nós mesmos, a mistificar um retrato.
Assim, o rosto é idêntico à máscara
em sua expressão não verbal de significados. Há sempre uma ausência em nossa presença física
e concreta, algo que escapa a nós mesmos e aos outros, mas o rosto é onde
julgamos preenchida esta ausência que mais diretamente vivemos na experiência do
resto do corpo. Esta ausência, afinal, é
nossa própria condição humana...
A SINGULARIDADE HUMANA
O mais
profundo segredo de uma existência humana é seu acontecimento singular. Pois
nossa existência é uma construção social, um acontecer entre os outros. Participamos
de códigos imagéticos e linguísticos que são coletivos e, entretanto esta “coletividade”
acontece através de cada um de nós.
O
individuo é aquele campo de forças onde tudo é possível. Ele é um meio e um fim
de toda fenomenologia humana. Dai a fragilidade de nossa singularidade e nossa
vulnerabilidade a loucura. A consciência individual e diferenciada é algo tão
recente na história da vida humana que ainda engatinha. Talvez nem mesmo atinja a maturidade.
quarta-feira, 24 de janeiro de 2018
O EU E O CORPO
O que faz de mim quem eu sou? Talvez
minha capacidade de dizer a mim mesmo e ao mundo, de estabelecer com os outros
praticas discursivas onde o “nós” define o “eu”. Mas isso não responde a questão
“quem eu sou?”. Por que este ser que se diz “eu”, na qualidade de um pensamento,
não passa de abstração. O corpo é a medida de nossa existência e não um eu que lhe usa como máscara e razão.
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