É a possibilidade de um dizer que
não mais se reconhece em si mesmo, que não se define através da intencionalidade pragmática, mas que toma a possibilidade de qualquer discurso
como um fluxo, uma busca desinteressada pelo conhecimento através do entrelaçamento de significados e sentidos, que se oferece como alternativa ao deserto cenário das letras contemporâneas.
Nos aventuramos com um pensar que
se volta para o paradoxo e para o não sentido, recusando-se como disciplina e
forma de institucionalização de qualquer poder. Podemos toma-lo como uma reação
a ditadura da informação e do virtual como mimese de um mundo verdade que já não
mais se sustenta como imagem do realmente vivido.
Mas se o dizer e o saber se
libertam de uma estratégia de sentido, não mais inventam um objeto bem definido
e nem mesmo são um discurso sobre o humano, mas sobre as coisas e experiências,
sua legitimação encontra-se em sua vocação para construção de consensos em um mundo
linguagem.
A diversidade de nossas estratégias
discursivas, de nosso dizer da realidade, estabelecem um campo de experiências simbólicas
onde se desenham tensões e contrastes, onde o saber apresenta-se como um jogo. Nosso
desafio, em poucas palavras, é a invenção de narrativas que extrapolem o
conhecimento como norma, como expressão de poder e da ilusão de um mundo
verdade.
O saber é lúdico exercício de
invenção de significados que nos inscrevem em uma ordem simbólica, em um campo
discursivo onde é possível o conhecimento como estética de vida.