Me contento com prazeres pequenos
e banais, com a experiência estética do efêmero. Exploro os mínimos detalhes do
cotidiano, todas as possibilidades das coisas insignificantes. A alegria é sutil em sua inconstância e não
passa de um ponto de vista sem qualquer perspectiva. O eu nunca está no pleno
comando da consciência e se forja nos usos e abusos compulsivos e aleatórios da
experiência.
Procuro realizar a audácia do
banal reconhecendo o outro que se insinua em meus atos como uma sombra, como
desejo ou apetite que inspira cada gesto. Viver torna-se, então, vir a ser
através dos objetos. Eu mesmo me faço objeto do devir, do acontecer de tudo que me envolve
como acontecimento. É como se todas as coisas juntas transcendessem suas
peculiaridades, formando um abstrato campo de experiências sincrônicas.
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