terça-feira, 5 de setembro de 2017

CUIDADO DE SI E SUBJETIVAÇÃO

O cuidado de si, tal como entende o último Foucault, é um ética baseada no voltar-se para si mesmo, para o mundo e para o outro, estabelecendo uma estética da própria existência. Trata-se de um conceito que remonta a antiguidade grega. Como afirma Foucault em Hermenêutica do Sujeito, o cuidado de si é uma relação “singular, transcendente, do sujeito em relação ao que o rodeia, aos objetos que dispõe, como também aos outros com os quais se relaciona, ao seu próprio corpo e, enfim, a ele mesmo”.

O sujeito emerge, assim, como produto objetivo dos sistemas de saber e poder, como uma trama genealógica de subjetivação, onde poder é tanto poder sobre si mesmo quanto sobre outrem, mas onde a sujeição é transcendida pela subjetivação ética, pela construção de uma “ética do eu” em termos modernos. Falo da construção de formas de resistência as sujeições impostas pelas racionalidades modernas.




A TAGARELICE DO SILÊNCIO



Estamos perdendo  a capacidade de produzir e significar enunciados. Não que nossas gramaticas tenham se degradado. Mas por que os discursos se banalizaram. Se tornaram um objeto definido pelo corpo morto dos livros. É realmente difícil dizer qualquer coisa hoje em dia que não se reduza a banalidade da simples informação.

Significar o mundo já não passa pela capacidade de inventar novos enunciados, de codificar a realidade de um modo singular e único que, por sua irreprodutividade se consagre como obra aberta ou monumento gramatical. Somos cada vez mais prisioneiros da tagarelice do silêncio e não há muito a se falar sobre isso.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

MÚSICA E CONSCIÊNCIA TRÁGICA

Dentre toda expressão artística dionisíaca, a música , a expressão sonora, é aquela que mais nos proporciona um sentimento de plenitude. Como disse Nietzsche, em Incursões de um extemporâneo,
"Com relação a música toda comunicação por palavras é desavergonhada."
A música nos permite celebrar a vida sem negar a dor, nos permite ser feliz mesmo na infelicidade.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

silêncio


A VONTADE COMO PREMISSA


"Vontade: impulso cego, escuro e vigoroso, sem justiça nem sentido"
A. Schopenhauer

Para Schopenhauer o homem não passa de uma abstração, de uma objetivação da vontade. Pois a vontade é em si, uma e a mesma, mesmo que, através do homem, busque uma individualidade perfeita. A vontade é a  essência do mundo, manifestando-se tanto na matéria bruta quanto inanimada, assim revelando os seus graus.  Enquanto não descoberto como representação, o  mundo é vivido como vontade.  

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

INTERDIÇÕES

As coisas vividas não cabem no pensamento.
Não encontram  palavras,
Ficam engasgadas na consciência
E se perdem como experiência.

Quase tudo que somos
Permanece à margem de nós mesmos,
Como um esboço,
Uma promessa de tudo aquilo

Que nunca seremos.